Indígena de 18 anos que vai fazer o Enem no Acre sonha em ser a primeira da família a entrar na faculdade

Ser a primeira da família a entrar na faculdade e tentar dar uma vida melhor para os familiares. Esse é o sonho de Sabrina Huni Kuin, de 18 anos, que

Ser a primeira da família a entrar na faculdade e tentar dar uma vida melhor para os familiares. Esse é o sonho de Sabrina Huni Kuin, de 18 anos, que tenta, pela segunda vez, passar no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Nesse domingo (21), Sabrina está entre os mais de 18 mil candidatos que vão fazer as primeiras provas do exame no Acre. Os portões abrem às 10h e fecham às 11h [horário do Acre]. As provas começam a ser aplicadas às 11h30.

Sabrina mora em Rio Branco há 11 anos com a mãe, o padrasto, a irmã de 16 anos e os avós maternos. Ela é natural de Feijó, interior do estado, onde o pai, que também é indígena, trabalha como professor. Apesar de dar aulas, o pai da dela tem apenas o ensino médio e alguns cursos. Ele dá aulas para crianças da aldeia.

“A importância que vejo é buscar melhorias para minha família. Procurar um futuro bom, ninguém da família tem ensino superior. Pretendo ser a primeira, vamos ver se vai dar certo”, diz.

Sabrina sonha entrar no curso de veterinária ou história da Universidade Federal do Acre (Ufac). Em 2020 ela tentou uma vaga, mas diz que a nota obtida no exame foi muito baixa.

“Meu sonho é veterinária. Terminei o ensino médio ano passado. Moro em Rio Branco desde os 7 anos vivo com minha mãe, o marido dela e minha irmã”, relatou.

Preparação

A jovem explicou que não conseguiu ter uma rotina de estudos e dedicação exclusiva, porque faz ‘bicos’ para ganhar o sustento. A família vive das diárias que o padrasto de Sabrina ganha como pedreiro, da aposentadoria dos idosos e o dinheiro que Sabrina ganha nesses ‘bicos’.

“De vez enquanto estudava um pouco, não fiz cursinho. Infelizmente, não tive uma rotina intensiva de estudos. Estava trabalhando como babá e estudava quando tinha um tempo livre, mas foi pouco”.

A jovem diz que gostaria de ter estudado mais para as provas.

“Minha irmã de 22 anos fez o Enem quatro vezes, não conseguiu entrar na faculdade e desistiu. Hoje ela é casada e tem filhos”, disse.

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