Puyanawa celebram cultura e economia no 6º Festival Atsá em Mâncio Lima

As aldeias Ipiranga e Barão, localizadas na Terra Indígena Puyanawa, produzem juntas de 10 a 12 mil sacas de farinha de mandioca anualmente

O povo Puyanawa, residente em uma Terra Indígena de 24 mil hectares em Mâncio Lima, Acre, promoveu o 6º Festival Atsá Puyanawa, um evento que ecoou sua música, dança, pinturas e culinária para o mundo. O festival começou no dia 18 de julho e se estende até o dia 23, com o objetivo de fortalecer a cultura indígena da etnia e destacar a atsá, como eles chamam a mandioca, a principal fonte de renda da comunidade.

As aldeias Ipiranga e Barão, localizadas na Terra Indígena Puyanawa, produzem juntas de 10 a 12 mil sacas de farinha de mandioca anualmente, o que é suficiente para abastecer o mercado de Mâncio Lima. A produção, realizada em 12 casas de farinha na terra indígena, garantiu a independência econômica dos Puyanawa, que celebram esse sucesso durante o festival dedicado à atsá.

“Nossa comunidade é dedicada à produção agrícola. Dos 774 habitantes da nossa terra, mais de 80% estão envolvidos na fabricação de farinha de mandioca”, disse José Marcondes Puyanawa, agente agroflorestal.

Além da farinha, os Puyanawa produzem diversos alimentos derivados da mandioca, que são apreciados pelos visitantes do festival. Bolo de mandioca, goma de tapioca, beju e sorvete são alguns dos itens típicos que encantam os turistas vindos de várias partes do Brasil e do mundo.

“Os festivais indígenas em nosso estado têm a missão de divulgar a língua, a cultura e a culinária do nosso povo. Além disso, fortalecem a economia local com a venda de pratos típicos, artesanatos e outros produtos indígenas”, afirmou Francisca Arara, secretária de Estado de Povos Indígenas.

Entre as delícias oferecidas, bolo de mandioca, pé-de-moleque e tapiocas recheadas são destaque, atraindo turistas às barracas que proporcionam um ambiente agradável para descanso e conversas.

Nilza Puyanawa, que coordena uma das barracas de alimentos, compartilhou: “Estou aqui desde o primeiro festival e, a cada ano, busco me aperfeiçoar, trazendo algo novo e saboroso para nossos visitantes.”

Ana Carolina Gomes, servidora pública de Brasília, participou do festival pela primeira vez e ficou encantada com o povo Puyanawa, a energia da aldeia e a farta culinária. “Minha experiência aqui tem sido muito enriquecedora. Estou conhecendo mais sobre os povos tradicionais e experimentando uma culinária diferente da que estou acostumada. Estou adorando”, afirmou.

Ela revelou que planejou a viagem em pouco mais de dois meses, após um encontro casual em uma farmácia, onde conheceu um Puyanawa que confecciona artesanato. “Perguntei sobre os acessórios indígenas que a atendente usava e, em contato com o sobrinho dela, acabei sabendo do festival e decidi vir com minha amiga.”

Jennifer da Cruz, amiga de Ana Carolina, aceitou o convite de surpresa e considera a escolha excelente. “É maravilhoso estar aqui, participando de todas as atividades do festival com o povo Puyanawa”, destacou.

O Festival Atsa Puyanawa não apenas celebra a rica cultura indígena, mas também reforça a importância econômica da mandioca para a comunidade, fortalecendo os laços culturais e econômicos tanto localmente quanto globalmente.

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