Mulheres no Acre ganham em média quase 8% menos que homens, aponta relatório

A diferença salarial variava entre os grandes grupos ocupacionais, chegando a 35,6% em cargos de dirigentes e gerentes.

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgou, na última quarta-feira, 18, o 2º Relatório de Transparência Salarial, que analisa informações de empresas com mais de 100 funcionários e revela que, no Acre, as mulheres ganham, em média, 7,9% a menos que os homens.

Atualmente, o estado conta com 16.349 mulheres e 20.933 homens empregados formalmente. O salário mediano contratual para as mulheres é de R$ 1.372,80, enquanto para os homens é de R$ 1.490,72.

Ao todo, 121 empresas acreanas participaram da pesquisa, totalizando 37.297 funcionários. A exigência do envio desses dados atende à Lei nº 14.611, que trata da Igualdade Salarial e Critérios Remuneratórios entre Mulheres e Homens, sancionada pelo presidente Lula em julho de 2023.

O relatório também revela que 56,3% das empresas acreanas possuem planos de cargos e salários; 29,7% promovem políticas de incentivo à ascensão de mulheres a cargos de direção e gerência; 17,2% adotam medidas de apoio à contratação de mulheres; e 17,2% têm incentivos para a contratação de mulheres negras.

Além disso, o documento destaca que as mulheres negras estão em menor número no mercado de trabalho e recebem menos do que as mulheres brancas. Esses dados foram obtidos através do relatório de Transparência Salarial RAIS 2023 e respostas do segundo semestre de 2024.

Durante o lançamento do Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral entre Mulheres e Homens, na quarta-feira, 18, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, reforçou a necessidade de combater as desigualdades enfrentadas pelas mulheres no mercado de trabalho. Segundo ela, “58% das mulheres são chefes de família e são as que mais sofrem com a fome e o desemprego. O salário da mulher não é um complemento para o dos homens. Elas são trabalhadoras, e é fundamental enfrentar essas desigualdades”.

A ministra também destacou as dificuldades enfrentadas por mulheres negras e indígenas para serem incluídas no mercado de trabalho.

No primeiro semestre de 2024, o 1º Relatório de Transparência Salarial com recorte de gênero, divulgado em março, apontou que as mulheres ganhavam 18,3% a menos que os homens no Acre. Ao todo, 104 empresas responderam ao questionário, somando 33,5 mil funcionários. A diferença salarial variava entre os grandes grupos ocupacionais, chegando a 35,6% em cargos de dirigentes e gerentes.

Folha do Acre

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