Nesta terça-feira (5), o governador Gladson Cameli (PP) testemunhou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) por vídeoconferência nos autos do processo da operação Ptolomeu na qual o governador é réu. O depoimento foi acompanhado pela ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça, relatora da ação.
Em Brasília e acompanhado de seus advogados de defesa, Cameli negou receber propina de um apartamento de R$6 milhões localizado nos Jardins, em São Paulo. De acordo com o depoimento, o imóvel pertence ao seu pai, o empresário Eládio Cameli, que comprou o apartamento para ter um lugar confortável onde ficar em São Paulo durante o tratamento de um câncer.
“Eu não tinha condições de pagar. Meu pai tinha condições financeiras. E a compra do imóvel era para criar uma situação confortável pro meu pai em São Paulo, que estava em tratamento contra o câncer”, disse o governador. Ainda durante o depoimento, Gladson afirmou ser alvo de “um assassinato político”.
De acordo com os advogados de defesa, o processo está em fase de diligências finais e que a defesa deve apontar falhas no processo. Eles pontuaram ainda sobre HDs apreendidos que, supostamente, não foram periciados, e um relatório de inteligência financeira com informações “inconsistentes”.
Nas redes sociais, o governador postou uma mensagem para os seus seguidores. “Sigo confiando em Deus, nas pessoas e na justiça. Obrigado aos meus familiares, amigos e a todo o povo do Acre pelo apoio.” Já em nota pública, conta que pela primeira vez foi ouvido e está convicto de que a verdade prevalecerá.
NOTA PÚBLICA
Quando escolhi a vida pública, sabia dos percalços que poderiam ocorrer. Vi isso acontecer na minha família por muitos anos, mas a disposição pelo bem servir ao povo do Acre estava acima das dificuldades e do assassinato de reputação ao qual tenho sido submetido, juntamente com meus familiares.
Nesta terça-feira, 5, prestei depoimento ao eminente desembargador Pedro Valls Feu Rosa, do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, onde tive, pela primeira vez, a real oportunidade de ser ouvido, após quase três anos do início das investigações. Saí de lá convicto de que a verdade prevalecerá.
Foi uma oportunidade de apresentar minha defesa, dialogar formalmente com a justiça sobre todo esse assassinato de reputação ao qual fui submetido nos últimos três anos e que, como todos sabem, teve um alto custo pessoal e familiar.
Mas, prestar este depoimento foi importante não apenas para cumprir os ritos dos autos do processo, foi, principalmente, uma oportunidade de expressar judicialmente as circunstâncias dos fatos, inclusive políticos, aos quais fui submetido e serviu para provar a lisura dos nossos atos à frente da administração pública estadual.
Sigo confiando em Deus, nas pessoas e na justiça, com gratidão a Deus, aos meus familiares e amigos e, acima de tudo, ao povo do Acre por todo o apoio.
Gladson de Lima Cameli
Governador do Estado do Acre
Redação Jurua24horas