Indígenas do povo Kanamari Tüküna, que atuam na agricultura familiar na Terra Indígena Kanamari do Rio Juruá, em Eirunepé (AM), foram beneficiados com o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) Indígena, do Governo Federal. Na última quarta-feira, 15 de janeiro, foram entregues 7 toneladas de alimentos produzidos pelos agricultores indígenas a instituições e aldeias locais, em ação que contou com o apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam).
Os alimentos foram destinados à Casa de Saúde Indígena (Casai), ao Centro de Referência de Assistência Social (Cras) de Eirunepé e a aldeias indígenas, incluindo Beija-Flor, Flexeira, Morada Nova, Korarohan, São João e Igarapé Grande. Entre os itens entregues estão farinha branca, milho verde, goma, banana, macaxeira, limão, cheiro-verde, jerimum e pimenta de cheiro.
Inclusão e fortalecimento da agricultura familiar
A Coordenação Técnica Local da Funai (CTL Eirunepé) realizou o levantamento dos indígenas agricultores e acompanhou o processo de inclusão deles no Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF), garantindo sua elegibilidade ao PAA. Segundo o chefe da CTL Eirunepé, Francisco Neto Lunier, a ação é estratégica para fortalecer a produção indígena.
“O acesso dos povos indígenas ao PAA é fundamental para o fortalecimento da agricultura familiar no município, além de ser mais uma alternativa para a comercialização da produção local”, destacou Lunier.
Ao todo, 46 produtores indígenas foram cadastrados no programa. Conforme informações do Idam, o lucro total previsto com a comercialização dos alimentos é de R$ 690 mil, o que resulta em uma média de R$ 15 mil por produtor. Além disso, o programa ajudou a mitigar os impactos da estiagem na atividade agrícola no território indígena, garantindo renda aos agricultores mesmo diante das adversidades climáticas.
O impacto do PAA Indígena
O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) é considerado um dos principais instrumentos de combate à fome e de fortalecimento da agricultura familiar no Brasil. O programa permite a compra direta de alimentos dos produtores, sem necessidade de licitação, fomentando a economia local e promovendo segurança alimentar.
Reformulado em 2023, o PAA passou a priorizar povos indígenas, comunidades quilombolas, assentados da reforma agrária, negros, mulheres e juventude rural. Uma das principais inovações foi o aumento da participação mínima de mulheres de 40% para 50% no conjunto das modalidades do programa, reforçando a inclusão e a equidade de gênero.