Tecnologia e Tradição: Indígenas da Amazônia usam celulares ipads para monitorar a floresta 

Munidos de smartphones e tablets, esses agentes coletam informações sobre o desmatamento, mudanças na biodiversidade e impactos climáticos.

No coração da floresta amazônica, a tradição e a modernidade caminham juntas. O indígena Rogelino Tukano, da etnia Tukano, percorre a mata densa com um iPad em mãos, utilizando a tecnologia para registrar as transformações ambientais e monitorar ameaças ao ecossistema. 

Ele faz parte dos Agentes Indígenas de Manejo Ambiental (AIMAS), um grupo de 70 pesquisadores indígenas que combinam o conhecimento ancestral com ferramentas digitais para proteger a floresta. Munidos de smartphones e tablets, esses agentes coletam informações sobre o desmatamento, mudanças na biodiversidade e impactos climáticos. 

Os AIMAS atuam como pesquisadores ambientais, coletando dados em suas comunidades e analisando as mudanças na paisagem. O trabalho é feito com fotos, descrições e questionários, posteriormente discutidos com especialistas em encontros realizados três vezes por ano. 

Principais atividades dos AIMAS:

✅ Monitoramento da vegetação: Identificação de clareiras, espécies ameaçadas e extração ilegal de madeira. 

✅ Observação dos ciclos naturais: Registro de chuvas, cheias dos rios e comportamento da fauna e flora. 

✅ Combate a queimadas: Coleta de dados sobre focos de incêndio para ações preventivas. 

✅ Descarte correto de lixo eletrônico: Recolhimento de pilhas e baterias para evitar a contaminação dos rios. 

As informações coletadas ajudam a criar estratégias de conservação, protegendo a floresta da exploração predatória e das mudanças climáticas. 

Além da tecnologia, o conhecimento tradicional desempenha um papel essencial. Os Tukano observam as constelações para prever mudanças climáticas, como períodos de seca e cheias dos rios. A constelação da Jararaca, por exemplo, serve como um marco para as variações climáticas, indicando momentos ideais para caça e pesca. 

Esse saber é registrado em diários físicos e digitais, permitindo que os AIMAS comparem eventos naturais com os impactos das alterações climáticas causadas pelo homem. 

O acesso à internet por satélite, principalmente por meio do serviço Starlink, de Elon Musk, tem ajudado na transmissão rápida dos dados coletados. No entanto, a conectividade em áreas remotas também levanta preocupações sobre seu uso por atividades ilegais, como o garimpo. 

Mesmo assim, para os AIMAS, a internet é uma aliada poderosa na preservação da floresta, permitindo o compartilhamento das informações coletadas em tempo real. 

O projeto oferece uma fonte de renda para os indígenas, ajudando a evitar que jovens sejam atraídos pelo garimpo ilegal, que pode pagar até 12 vezes mais do que a bolsa mensal de R$ 500 oferecida aos AIMAS. 

 O financiamento do projeto depende de ONGs e programas governamentais, como o Fundo Amazônia. O aumento dos investimentos poderia fortalecer a iniciativa e expandir sua atuação. 

A atuação dos AIMAS é uma prova de que tecnologia e saber tradicional podem caminhar juntos para proteger a Amazônia. Enquanto iPads e celulares registram os impactos ambientais, o conhecimento milenar dos povos indígenas orienta as estratégias de preservação. 

Com infomações UOL

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