O espetáculo “Fiandeiro de Tempos”, do Coletivo Iluminar, integra a 27ª edição do Palco Giratório, projeto nacional promovido pelo Serviço Social do Comércio (Sesc). A montagem, interpretada pelo ator Victor Onofre, natural de Cruzeiro do Sul (AC), será apresentada em nove estados brasileiros entre abril e outubro deste ano.
A obra é um solo cênico que retrata o cotidiano e as vivências do ser ribeirinho da Amazônia. Com dramaturgia construída a partir de uma imersão em comunidades tradicionais do Acre, como as localizadas às margens do Rio Murú, no Jordão, Rio Croa, em Cruzeiro do Sul, e Serra do Môa, em Mâncio Lima, o espetáculo busca resgatar os saberes e causos de populações que mantêm viva uma cultura ancestral, marcada pela relação íntima com a floresta.
“Fiandeiro de Tempos” é o quarto trabalho do Acre a integrar o Palco Giratório, considerado o maior projeto de circulação de artes cênicas do país. Além de Victor Onofre, o projeto conta com a participação dos artistas Marques Izitio e Marcos Casas. O grupo passará por estados como Mato Grosso, Pará, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Alagoas, Rondônia, Paraná e Rio de Janeiro.

Lançado em dezembro de 2021 em Rio Branco, o espetáculo se destaca por sua abordagem poética e sensível sobre o modo de vida amazônico. Em 2023, já havia ganhado projeção nacional ao participar do projeto Sesc Amazônia das Artes, circulando por nove estados da Amazônia Legal.
A narrativa aborda histórias de vida de famílias que, muitas vezes, são descendentes de migrantes nordestinos e que construíram suas raízes na floresta, encontrando ali não apenas sustento, mas também espiritualidade e identidade. O trabalho propõe uma reflexão sobre a preservação desses saberes, que têm se perdido ao longo do tempo.
Victor Onofre, ator e diretor do espetáculo, considera a participação no Palco Giratório uma conquista pessoal e coletiva, destacando a importância de representar o Acre com uma dramaturgia original e conectada com a realidade local. Nascido em Cruzeiro do Sul e atualmente radicado em Rio Branco, ele afirma que encontrou na arte o caminho para dar voz às histórias de sua terra natal.
A ficha técnica do espetáculo conta com texto assinado por Quílrio Farias, Victor Onofre e Dino Camilo. A direção é de Victor Onofre, com co-direção de Arnaldo Lima. A iluminação é assinada por Luiz Rabicó, o cenário por Dino Camilo e o figurino por Jaqueline Chagas. A trilha sonora foi criada por Quílrio Farias, Marcos Casas e Mara Mattero. A fotografia é de Marcos Antônio, e a operação de luz fica sob responsabilidade de Marques Izitio.

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