A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) anunciou um investimento de R$ 2 milhões na Facility de Investimentos Sustentáveis, plataforma que visa financiar negócios sustentáveis na Amazônia. A novidade foi divulgada na COP29, realizada em Baku, no Azerbaijão.
A iniciativa é liderada pelo Instituto Amazônia+21, criado por empresários da região, com apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e das federações industriais dos nove estados da Amazônia Legal, incluindo o Acre. O objetivo é criar um fluxo contínuo de investimentos, destravando recursos para projetos que promovam o desenvolvimento sustentável.
De acordo com Marcelo Thomé, presidente do Instituto Amazônia+21, a meta inicial da plataforma é captar R$ 600 milhões em três anos e alcançar R$ 4 bilhões em uma década. “Essa ferramenta oferecerá segurança jurídica, conforto e informação para os investidores, garantindo que os recursos sejam aplicados de forma eficiente e com impacto positivo”, explicou.
Além do aporte da ABDI, a CNI também investiu no projeto, adquirindo uma das dez cotas pioneiras no valor de R$ 2 milhões.
Impactos esperados e funcionamento
A Facility de Investimentos Sustentáveis adota o modelo de blended finance, que combina recursos comerciais, públicos, de fomento e filantrópicos para financiar iniciativas de impacto social e ambiental. Entre os objetivos estão:
- Desenvolvimento de uma economia de alto valor agregado e inclusiva;
- Redução do desmatamento e aumento da conservação da biodiversidade;
- Melhoria das condições de vida das populações locais;
- Ampliação da oferta de bens e serviços sustentáveis.
A plataforma atuará em setores estratégicos, como bioeconomia, energia renovável e turismo sustentável, além de oferecer assistência técnica para projetos e promover o engajamento de diversos atores na criação de soluções inovadoras.
Projetos já em andamento
O portfólio da Facility inclui iniciativas como:
- Apoio técnico e financeiro a 96 startups voltadas para a bioeconomia, selecionadas pelo programa Inova Amazônia, do Sebrae;
- O Centro de Bioeconomia e Conservação da Amazônia, em Porto Velho (RO), com área de mil hectares para pesquisa e plantio de espécies nativas;
- Projeto piloto de habitação social com construção de unidades sustentáveis em palafitas, em parceria com a Caixa Econômica Federal;
- Estudos para conversão de lixões em aterros sanitários na Amazônia Legal.
Compromisso com a Amazônia
Perpétua Almeida, diretora de Sustentabilidade da ABDI, destacou a importância de atrair investimentos para garantir que as populações amazônicas possam viver com dignidade. “É essencial manter a floresta em pé, mas também oferecer recursos para que os amazônidas possam desenvolver seus projetos e melhorar suas condições de vida”, afirmou.
Criado em 2021, o Instituto Amazônia+21 segue conectado com iniciativas de impacto, reforçando o compromisso com a sustentabilidade e o desenvolvimento socioeconômico da região.
JURUA24HORAS