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Amazônia ganha centro de pesquisa para recuperar áreas desmatadas; Embrapa investe R$ 14 milhões no projeto

A floresta amazônica acaba de ganhar um reforço importante na luta contra o desmatamento e a degradação ambiental. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) lançou oficialmente um centro de pesquisa dedicado ao desenvolvimento de tecnologias sustentáveis voltadas à recuperação ambiental da Amazônia.

Batizado de Centro Avançado em Pesquisas Socioecológicas para a Recuperação Ambiental da Amazônia, ou simplesmente Capoeira, o projeto recebeu um investimento inicial de R$ 14 milhões e já conta com mais de 100 pesquisadores de 33 instituições do Brasil e de outros países. O objetivo é promover a restauração de áreas desmatadas ou degradadas por meio de práticas produtivas adaptadas à realidade da floresta.

Ciência a favor da floresta

O Capoeira vai atuar tanto de forma virtual (conectando universidades, ONGs, órgãos públicos e empresas) quanto presencial, com sede em Belém (PA) e em três territórios da Amazônia onde serão instalados “laboratórios vivos” — espaços que reúnem ciência, saberes tradicionais e comunidades locais:

Soluções com o rosto da Amazônia

O trabalho do Capoeira envolve o estudo de diferentes técnicas de restauração, como:

De acordo com a coordenadora do projeto, a pesquisadora Joice Ferreira, os sistemas agroflorestais são os mais estudados até o momento, representando quase 38% das iniciativas de recuperação na região.

“O Capoeira vai além da produção científica. Ele busca promover uma mudança real na Amazônia, trocando a cultura da destruição pela da restauração”, destacou Joice.

O nome “Capoeira” é simbólico: faz referência à vegetação que nasce em áreas já desmatadas, sinal de esperança e renascimento da floresta.

Monitoramento e impacto

Os pesquisadores do Capoeira vão acompanhar mais de 100 áreas de estudo espalhadas pela Amazônia Legal, incluindo florestas secundárias, áreas degradadas, sistemas agroflorestais e ambientes aquáticos. Nessas áreas, serão medidos indicadores como a quantidade de carbono armazenado, o retorno da biodiversidade e os benefícios sociais e econômicos gerados.

A iniciativa faz parte do programa Pró-Amazônia, financiado pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), que visa incentivar soluções sustentáveis para a maior floresta tropical do planeta.

Com mais de 18% da Amazônia já desmatada — o equivalente a quase todo o estado do Mato Grosso —, o projeto representa uma esperança concreta para reverter os danos e mostrar que é possível aliar ciência, floresta e comunidade.

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