Uma árvore de proporções monumentais, localizada no município de Afuá, no extremo norte do Pará, está sendo reconhecida como uma das maiores já registradas no Brasil. Trata-se de uma Samaúma (Ceiba pentandra), apelidada de “Muralha da Amazônia” por moradores e ambientalistas.
Com aproximadamente 60 metros de altura e raízes expostas que chegam a 3 metros de altura, a árvore surpreende pelo tamanho e importância ecológica. Estima-se que a espécie possa viver entre 500 e 800 anos, o que faz muitos acreditarem que a Muralha seja mais antiga que o próprio Brasil.
Conhecida pelas comunidades locais há décadas, a samaúma de Afuá desafia registros visuais: sua magnitude é tamanha que vídeos como os gravados pela ambientalista Amyris Fernandez não conseguem capturar toda a sua extensão. “É uma árvore enorme, antiga e sagrada”, relata.
Sua copa se ergue acima das demais árvores da floresta, funcionando como abrigo natural para aves e insetos, e oferecendo sombra e proteção para a biodiversidade da região.
A samaúma é conhecida por suas raízes chamadas sapopemas, que se projetam para fora do solo e desempenham papel essencial no ecossistema amazônico. Essas raízes profundas absorvem água do lençol freático e a redistribuem para outras plantas, ajudando na hidratação da floresta, mesmo em períodos de seca.
Essa função vital garantiu à árvore os títulos de “Rainha da Floresta” e “Árvore da Vida”, atribuídos por diversas culturas indígenas e até mesmo pela antiga civilização Maia.
Apesar da imponência natural e da relevância ecológica, a árvore está situada em uma área onde opera uma serraria há mais de 40 anos — um contraste gritante entre a preservação e a exploração madeireira. Ainda assim, a samaúma permanece intacta, servindo como símbolo de resistência em um território ameaçado.
A cidade de Afuá, onde está localizada a árvore, é acessível por embarcações a partir de Macapá, capital do Amapá. Um dos aspectos mais curiosos do município é a ausência de carros e motos: o transporte é feito apenas por bicitáxis, o que torna a experiência ainda mais singular para os visitantes.
A “Muralha da Amazônia” já desponta como uma nova atração ecológica no país, despertando o interesse de pesquisadores, ambientalistas e turistas em busca de contato com a grandiosidade da natureza e com o espírito preservacionista da floresta.
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