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Alerta: seca histórica na Amazônia Legal pode se repetir em 2024

FOLHA

O ano de 2023 foi marcado por uma das maiores secas já registradas na Amazônia Legal, afetando os estados de Rondônia, Amazonas, Roraima e Acre. Os rios, que são a principal via de transporte e abastecimento da região, ficaram com níveis baixíssimos, comprometendo a navegação e a qualidade da água. O Rio Madeira, um dos mais importantes do mundo, chegou a ter vazões naturais de apenas 62% da média em janeiro de 2024, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA).

A população ribeirinha, que depende dos rios para se locomover, se alimentar e se hidratar, foi a mais prejudicada pela estiagem. Muitos poços secaram, deixando as comunidades sem água potável. A navegação foi limitada e suspensa à noite, impedindo o escoamento de produtos e o acesso a serviços essenciais. Além disso, a pressão de organizações não governamentais, ambientalistas e da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, para fechar a BR 319, a única opção rodoviária do Amazonas e de Roraima com os demais estados da federação, aumentou o isolamento e a vulnerabilidade dos moradores da região.

A situação pode se agravar ainda mais em 2024, de acordo com as previsões da ANA. O órgão alerta para a possibilidade de uma seca maior do que a de 2023, influenciada pelo fenômeno El Niño, que é caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico e que interfere no clima do mundo. O El Niño acontece com frequência a cada dois a sete anos e tem duração média de doze meses, gerando um impacto direto no aumento da temperatura global.

Diante desse cenário, é necessário que os governantes, os políticos e a sociedade civil se mobilizem para buscar soluções que garantam a sobrevivência e a dignidade dos moradores da Amazônia Legal. Uma das propostas é a de Estrada Parque, do senador Confúcio Moura (MDB-RO), que prevê a abertura da BR 319 ao tráfego, com fiscalização e restrições de horário e de finalidade, visando preservar o meio ambiente e atender às necessidades da população. Outras medidas envolvem o investimento em infraestrutura, saneamento, saúde, educação e desenvolvimento sustentável na região.

A estiagem histórica que afeta a Amazônia Legal é um desafio que exige bom senso, responsabilidade e solidariedade de todos os brasileiros. É preciso reconhecer a importância dessa região para o país e para o mundo, e respeitar os direitos e as demandas de seus habitantes. É perfeitamente possível a convivência humana, animal e vegetal, desde que a lei que impera no Brasil seja cumprida por quem tem o dever de fazê-lo. O problema é combater o câncer que predomina no país com o nome de uma palavra conjunta: corrupção.

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