Dois fenômenos climáticos, El Niño e o aquecimento do Atlântico Tropical Norte, estão ocorrendo simultaneamente, aumentando o risco de prolongar e intensificar a seca na região amazônica. O El Niño eleva a temperatura das águas superficiais do oceano na região do Pacífico Equatorial, enquanto o aquecimento do Atlântico Tropical Norte, logo acima da linha do Equador, inibe a formação de nuvens, reduzindo as chuvas na Amazônia.
Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) alertam para os impactos potenciais dessa simultaneidade de eventos. Quando ambos ocorrem, a estação chuvosa na Amazônia pode atrasar, e recordes históricos de seca são registrados, como ocorreu em 2009 e 2010.
Embora os reflexos dos dois fenômenos ocorram em regiões diferentes da Amazônia, ambos inibem a formação de nuvens e, consequentemente, reduzem as chuvas na região. Isso pode causar problemas de navegação, impactos na geração de energia e acesso limitado a serviços de saúde e educação. A bacia do rio Negro é uma das primeiras áreas a sofrer com a seca, seguida por outras regiões do Solimões.
Além disso, a seca aumenta o risco de incêndios florestais na Amazônia, devido ao clima mais quente e à vegetação mais suscetível a queimadas. A combinação desses fatores representa um desafio significativo para a região, exigindo ação coordenada de defesa civil, brigadistas e autoridades ambientais.
O aumento na frequência e intensidade das secas na Amazônia nas últimas décadas ressalta a vulnerabilidade da região a esses eventos climáticos extremos e a necessidade de medidas de adaptação e mitigação.
jurua24horas