Benki Pyanko, liderança indígena, conhecido internacionalmente pelo trabalho de defesa ao meio-ambiente, comemorou mais um ano de vida no último sábado, 25, em sua propriedade, na Terra Indígena Kampa, em Marechal Thaumaturgo.
O indígena é famoso mundialmente por seu papel na proteção das terras indígenas, e na busca incansável de equilíbrio entre a exploração consciente dos recursos da floresta, e sua permanente conversação, através de programas de manejo florestal, repovoamento de peixes, oficinas de conscientização ao redor do mundo, bem como na divulgação e no zelo com as chamadas medicinas da floresta, entre muitas outras muitas atividades similares.
A festa de aniversário de Benki aconteceu na casa dele na aldeia, junto de seus inúmeros amigos e convidados vindos de várias partes, inclusive de Marechal Thaumaturgo. E entre eles estava o agente da Polícia Civil José Francisco Bezerra de Menezes, um dos dois agentes policiais da cidade.
Segundo Jairo Lima, gestor da FUNAI em Cruzeiro do Sul, José Francisco é parente do ex-prefeito e sempre ameaçou os Ashaninka. Ao longo do tempo tem havido inúmeros relatos de tensão entre policiais e os Ashaninka de Marechal.
Jairo cotou que a situação foi tensa, e por pouco não se transformou em uma tragédia. “O José Bezerra já chegou na festa do Benki bêbado e o ameaçou, junto de sua família, com uma arma de fogo. Depois ficou mostrando a arma e quase aconteceu uma tragédia. Não fizemos imagens porque ele ficou perigoso, e ficamos com medo porque ele estava violento, mas temos mais de 50 testemunhas do ocorrido”.
Testemunhas relatam que após muita conversa alguns convidados conseguiram persuadir o policial fazendo com que ele saísse do local sem ferir ninguém. “mas ele saiu ameaçando e estamos preocupados que ele possa fazer algo mais. Enquanto não conseguimos enviar algo por escrito devido à internet ruim, queremos pelo menos fazer essa denúncia chegar nos ouvidos certos”.
O gestor da FUNAI contou ainda que o policial estava completamente bêbado e manuseado a arma na frente de todos colocando em risco não só a vida do indígena, mas de quem estava presente no local. “Ele é perigoso, estava altamente bêbado e manuseando a arma na frente de todos, e quase tivemos uma tragédia. O pessoal da festa quis partir pra cima dele, mas já pensou na tragédia que seria? Sorte que conseguimos acalmar a situação e os amigos que o acompanhavam o tiraram dali”
Ainda segundo relatos das pessoas que estavam presentes, ao chegar no porto da casa do Benki, o policial sacou a arma e realizou um disparo. “O que queremos nesse momento é que isso chegue aos ouvidos do governo do Estado do Acre”.
O caso já chegou corregedoria da polícia civil estadual que afastou o Polícial Civil José Francisco Bezerra de Menezes, de suas funções e realizou a apreensão de sua arma.
Redação Jurua24horas