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Buscas no Rio Juruá continuam para encontrar corpo de idoso que foi morto por triplo homicídio no Guajará

Desde a madrugada da última terça-feira (22), o corpo do idoso Pedro Cavalcante da Silva, de 65 anos, está desaparecido após um triplo homicídio ocorrido na comunidade ribeirinha Ouro Preto, na zona rural de Guajará. De acordo com informações, Pedro foi atingido por disparos e caiu no rio. O segundo tenente, Antônio Souza de França, do Corpo de Bombeiros, explica que uma equipe se deslocou para o local na manhã da  quarta-feira (23) para iniciar as buscas. 

A viagem realizada do município de Guajará até a comunidade Ouro Preto dá aproximadamente 222 quilômetros de distância. Com uma equipe de quatro mergulhadores especializados, equipamentos e a voadora, barco do Corpo de bombeiros, os militares iniciam a varredura no local. 

“Segundo a delegacia do município de Guajará, que apurou com o autor do crime, duas vítimas foram trazidas e uma vítima caiu nas águas. No local indicado pelo autor, é onde os nossos mergulhadores farão as buscas. Foi nos passado as coordenadas do local, e esse local é distante, na divisa do município de Guajará com o Ipixuma, na comunidade Ouro Preto”, informa o tenente Antônio Souza de França. 

O segundo tenente ressalta que o protocolo de buscas é dividido em três dias para realizar uma busca eficiente e rápida. 

“No nosso protocolo nós fazemos três dias de busca, dois dias mergulhando, e no terceiro dia nós fazemos uma busca superficial, onde nosso barco fica passando no local, descendo um quilômetro, dois quilômetros, e vem subindo na direção do local [onde foi indicado que o corpo estaria], e avistando qualquer movimento de água, qualquer movimento de peixe, ai nossos mergulhadores param e vão averiguar se se trata do cadáver.”

Por ser uma ação complexa, Souza explica que nas buscas são utilizados equipamentos como: scuba, narguilé e poita. 

“O nosso mergulhador desce segurado em um ferro, que a gente chama poita, esse ferro é pesado, porque a correnteza do rio é forte, e no local, nossos mergulhadores vão fazendo um sistema de varredura que a gente chama de zigue-zague. Ele vai até a poita, volta do outro lado se deslocando fazendo toda a varredura, no local onde a vítima afundou.”

O tenente explica que o corpo pode não emergir da água após as 48 horas, devido a ficar preso em árvores e balceiros, ou por ter sido consumido por peixes da região que se alimentam de carne de seres humanos e de  animais. 

“Com a nossa experiência nós criamos esse protocolo, normalmente após 48horas se o corpo não ficar preso devido aos balceiros e árvores que tem no rio, é provável que ele boie, devido a mudança no corpo do cadáver, e isso acontece, nós já temos observado isso. Mas pode ser que não aconteça em virtude de que existe alguns tipos de peixe na região que eles se alimentam de tudo, inclusive de tecidos de animais, e eventualmente, de seres humanos que caem nas águas”, destaca. 

Para as buscas serem realizadas, é necessário que os mergulhadores analisem as condições do rio, para encontrarem a melhor maneira de trabalhar. 

“Os nosso mergulhadores chegam ao local, e veem se o local tem condições de mergulho, porque nem todos os locais é possível mergulhar. Vão ver a profundidade, ver que tipo de equipamento usar, se vai usar o narguilé, se vai usar as scubas, se vão fazer busca, porque as vezes nem precisa utilizar os equipamentos por ser raso. Essa avaliação o nosso oficial, que está compondo a equipe, vai realizar no local e vai deliberar com a sua equipe. Normalmente a gente usa o narguilé, mas nada impende de usarmos a scuba, e se não for necessário, pode fazer busca superficiais com os barcos e andando pelas praias ou pelas margens do rio,” conclui.

Redação Juruá24horas 

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