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Violência Doméstica e a Efetividade das Medidas Protetivas no Brasil

A violência doméstica continua sendo um dos maiores desafios para o sistema de justiça no Brasil. Apesar dos avanços conquistados com a Lei Maria da Penha, muitas mulheres ainda enfrentam dificuldades para obter medidas protetivas eficazes. O aumento dos casos de feminicídio reforça a necessidade de políticas mais rígidas e de um sistema que garanta a segurança das vítimas. Mas será que as medidas protetivas estão sendo aplicadas de forma eficiente? Como aprimorar sua efetividade e fortalecer o apoio às mulheres em situação de risco?

O Brasil tem uma legislação avançada no combate à violência contra a mulher. A Lei Maria da Penha, em vigor desde 2006, trouxe instrumentos importantes para proteger vítimas e punir agressores. Entre as medidas protetivas mais comuns estão o afastamento do agressor do lar, a proibição de contato com a vítima e a obrigação do uso de tornozeleira eletrônica em alguns casos. No entanto, a falta de fiscalização eficaz e a morosidade do sistema judiciário fazem com que muitas dessas medidas não sejam cumpridas.

Um dos principais desafios enfrentados é o tempo de resposta da justiça. Muitas mulheres denunciam que, mesmo após solicitarem proteção, aguardam dias ou até semanas para que a medida seja concedida. Em casos mais graves, esse tempo pode ser decisivo para evitar uma tragédia. Além disso, mesmo quando concedidas, muitas dessas ordens judiciais não são respeitadas pelos agressores, o que evidencia a necessidade de maior fiscalização e punição para aqueles que descumprem as determinações.

Outro problema é a falta de estrutura para acolher e proteger as vítimas. Casas de abrigo são limitadas e nem sempre estão disponíveis em todas as cidades. O suporte psicológico e jurídico também é essencial para que as mulheres consigam romper o ciclo da violência, mas muitas enfrentam dificuldades para acessar esses serviços.

Para aumentar a efetividade das medidas protetivas, é fundamental investir em tecnologia e fiscalização. O uso de tornozeleiras eletrônicas para monitoramento de agressores tem se mostrado uma ferramenta eficaz, mas ainda não é amplamente adotado. Além disso, a criação de um sistema integrado entre polícia, justiça e redes de apoio poderia agilizar a concessão das medidas e garantir um acompanhamento mais eficiente das vítimas.

Outro ponto essencial é o fortalecimento das políticas de prevenção. Campanhas educativas, ações de conscientização e incentivo à denúncia são fundamentais para combater a violência doméstica. Muitas mulheres ainda têm medo ou não conhecem seus direitos, o que dificulta a busca por proteção.

A violência doméstica é um problema social que exige uma resposta firme e coordenada do Estado e da sociedade. As medidas protetivas são um avanço, mas ainda há muito a ser feito para garantir que elas realmente cumpram seu papel de proteger as mulheres em situação de risco. O desafio é tornar a lei mais eficaz na prática e garantir que nenhuma vítima fique desamparada.

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