Família alega que demora do SAMU pode ter contribuído para a morte de bebê

O caso aconteceu na Vila Lagoinha, BR-364, onde os pais, moradores do Ramal dos Caracas, foram buscar apoio para facilitar o acesso da equipe de emergência.

Uma criança recém-nascida morreu na manhã desta terça-feira (4) em Cruzeiro do Sul após uma série de dificuldades no acionamento e atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). O caso aconteceu na Vila Lagoinha, BR-364, onde os pais, moradores do Ramal dos Caracas, foram buscar apoio para facilitar o acesso da equipe de emergência.

Segundo Tancleilson Pereira, que auxiliou a família, os pais tentaram ligar para o SAMU, mas não conseguiram contato. “Também tentei ligar para o SAMU, mas não funcionou. Então, tive que ligar para o 190 e pedir ajuda. Na mesma hora, a Polícia Militar acionou o SAMU, mas a mãe já estava sofrendo muito”, relatou.

O tempo de espera foi longo, e antes da ambulância chegar, a mulher entrou em trabalho de parto e deu à luz ali mesmo, na beira da estrada. O bebê nasceu debilitado e, apesar da chegada do SAMU, não resistiu.

“Infelizmente, a criança não chegou com vida à maternidade. Quero expressar minha solidariedade à família e minha indignação com o serviço móvel de urgência de Cruzeiro do Sul. Houve demora no atendimento, e quando chegaram, a equipe não estava preparada para esse tipo de emergência, precisando de outra viatura. Quando o reforço chegou, o bebê já havia falecido dentro da ambulância”, lamentou Tancleilson.

O caso gerou revolta e levantou questionamentos sobre a eficiência do serviço de emergência na comunidade. Ele pede providências das autoridades, incluindo deputados e o Ministério Público, para evitar que outras famílias passem pela mesma dor.

Resposta do SAMU

A equipe do Juruá 24 Horas procurou o SAMU de Cruzeiro do Sul para esclarecimentos sobre o ocorrido. O gerente geral do SAMU regional, Luiz Augusto Barreiros, lamentou a morte do recém-nascido e explicou a versão do serviço de emergência sobre a situação.

“Primeiramente, o SAMU se compadece com a família enlutada e envia nossos sinceros sentimentos. Recebemos na manhã de hoje uma ligação do COPOM comunicando que houve um trabalho de parto domiciliar, mas sem mais informações detalhadas sobre o caso.

Nossa médica plantonista enviou acertadamente ao local da ocorrência a equipe que estava mais próxima, que era uma equipe básica. Vale lembrar que na Vila Santa Luzia não há equipe avançada no plantão.

Ao chegar ao local, a equipe encontrou um recém-nascido prematuro extremo, de apenas 30 semanas e com muito baixo peso (1,7 kg). De imediato, a equipe básica solicitou apoio da equipe avançada, que se deslocou rapidamente, mas, infelizmente, constatou o óbito já na chegada.

É importante ressaltar que recém-nascidos nessas condições são pacientes críticos e podem evoluir a óbito mesmo nascendo em ambiente hospitalar. Além disso, a localização e, principalmente, a falta de sinal telefônico no local foram determinantes para a demora no atendimento do caso”, declarou Barreiros.

Redação Juruá24horas 

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