A cidade de Porto Walter, na região do Alto Rio Juruá, está passando por uma crise severa devido à seca extrema do rio Juruá. José Francisco Gonçalves Pinheiro, que trabalha com açougue e frios, descreve a situação como uma das piores que já vivenciou. A viagem de barco, que antes levava cerca de 9 horas, agora pode levar até 5 dias, devido aos constantes encalhamentos. Ele afirma que a situação tende a piorar ja que ainda estarmos no início do verão amazônico.
“Os produtos já começaram a faltar em Porto Walter”, relata José Francisco. “Na última semana, tivemos muitas dificuldades, passando dois dias encalhados em um trecho do rio. Atualmente, há cerca de seis barcos encalhados, e nós também ficamos dois dias em um canto só. Os donos de embarcações estão cobrando mais pelo transporte, o que complica ainda mais a situação. Os produtos chegam estragados, e isso torna muito difícil para nós, que trabalhamos com comércio de alimentos.”
A situação não afeta apenas os comerciantes. Outro morador, preocupado com a crise, apelou ao poder público: “As pessoas podem até dizer que antes também passávamos dificuldades, mas o rio nunca secou tanto assim. Esses são impactos ambientais que estão tornando nossa vida insustentável. E isso acontece no Brasil inteiro, várias cidades estão sofrendo, não apenas no Acre, mas também no Amazonas.”
A comunidade clama por uma solução urgente. “Hoje, os barcos não chegam mais a Porto Walter com os produtos frescos. Temos que consumir alimentos estragados porque não temos acesso a uma estrada adequada. Onde estão nossos direitos garantidos pela Constituição? Cadê o Estado Democrático de Direito que tanto pregam?”
A situação em Porto Walter evidencia a necessidade de ações urgentes para mitigar os impactos da seca no rio Juruá e garantir o abastecimento adequado de alimentos e outros produtos essenciais para a população local.
Jurua24horas