Os oito primeiros dias de setembro deste ano já valem por todo o mesmo mês no ano passado, quanto à quantidade de focos de queimadas detectados pelo satélite de referência do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O volume de queimadas desse período também é superior ao total registrado no mês de agosto passado. São 3.572 focos de queimadas no intervalo de praticamente uma semana. No mês anterior, foram 2.638 focos.
Até esta quinta-feira (8), foram detectados 6.660 focos de queimadas no Acre em 2022, 37% a mais que os 4.838 do ano passado. Desde o começo da série histórica, em 1998, apenas em 2005 houve mais queimadas – 10.456 focos naquele ano.
Feijó é o município que se destaca no Acre e no Brasil com relação às queimadas. Já são 1.932 focos de calor registrados na “Terra do Açaí” em 2022, 1º lugar no estado e 9º no país, colocação que tem se repetido nos últimos anos.
Tarauacá é o vice-campeão do fogo no Acre, com 1.110 focos de janeiro a esta altura de setembro. Juntos, os dois municípios somam 45,7% dos focos de queimadas registrados em todo o estado neste ano.
Qualidade do Ar
A explosão de queimadas está tornando o ar irrespirável no Acre. Os níveis detectados pela Rede de Monitoramento da Qualidade do Ar do estado estão muito além do padrão estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como aceitável.
No ano passado, a entidade estabelecia como nível tolerável a marca de 25 microgramas por metro cúbico (µg/m³) de micropartículas com tamanho igual ou inferior a 2,5 mícrons, o equivalente o diâmetro de um fio de cabelo humano.
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Agora, para a OMS, esse material particulado (PM2.5), que é capaz de passar dos pulmões para o sangue aumentando as possibilidades de causarem câncer, não pode ultrapassar o limite de 15 microgramas por metro cúbico.
Para se ter uma ideia de como a qualidade do ar no Acre está acima dos padrões aceitáveis, na noite desta quinta-feira (8) as cidades acreanas dotadas de sensores PurpleAir registrava de quatro a doze vezes o nível máximo recomendado.
Acrelândia, com 182 µg/m³, e Santa Rosa do Purus, com 159 µg/m³, eram os locais com a pior qualidade do Acre por volta das 22h. Nessa faixa, todas as pessoas podem experimentar efeitos mais graves na saúde se expostas por 24 horas.
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