Em 2024, o Rio Amônia, que banha a Terra Indígena do Povo Ashaninka, em Marechal Thaumaturgo, enfrentou a pior seca de sua história, deixando um rastro de devastação para a fauna e flora locais. Os níveis críticos de água e o aumento da temperatura do rio estão impactando diretamente a vida dos povos indígenas e a biodiversidade da região. A situação foi denunciada pelas lideranças Ashaninka em um vídeo publicado nas redes sociais, onde mostram a gravidade do cenário.
Wewito Piyäko, uma das principais lideranças do povo Ashaninka, destacou que a Terra Indígena Campa do Rio Amônia não está isolada dos efeitos das mudanças climáticas. Segundo ele, a cada ano, a seca atinge mais igarapés e o rio nunca esteve tão baixo. “Nós já observávamos as mudanças nos roçados, as plantas que não nascem. Agora o rio secou tanto que barcos, que antes navegavam tranquilamente, hoje precisam ser arrastados pelas pessoas para chegarem ao destino”, comentou Wewito.
Ele também expressou preocupação com as leis ambientais que estão sendo modificadas, o que pode acelerar ainda mais a destruição de florestas e áreas de preservação. “Enquanto nós aqui estamos cuidando, lá fora estão destruindo”, desabafou a liderança, alertando para a necessidade de união e resistência para defender o meio ambiente.
Moisés Piyäko, líder espiritual do povo Ashaninka, reforçou o alerta, afirmando que a seca atual é a mais severa dos últimos anos e que, se o calor persistir por mais algumas semanas, o cenário pode se agravar ainda mais. Ele fez um apelo à humanidade: “Não é a natureza que está fazendo isso, somos nós, com nossa ignorância, que estamos destruindo de forma errada e causando essas consequências.”
Os líderes Ashaninka chamam a atenção para a urgência de ações efetivas para preservar o meio ambiente e impedir que desastres climáticos como esse se tornem ainda mais frequentes.
Jurua24horas