Juruá 24 horas

Em Marechal Thaumaturgo rio Juruá chaga a 1,20 metro, e trabalhador diz nunca ter visto o rio tão seco em 27 anos.

Com a forte estiagem que assola a Amazônia, a região do Juruá, no interior do Acre, enfrenta uma das secas mais severas já registradas. Em Cruzeiro do Sul e municípios vizinhos, a falta de chuvas tem causado o recuo dos níveis dos rios e igarapés, comprometendo a navegação e o abastecimento de comunidades isoladas. Em Porto Walter e Marechal Thaumaturgo, os moradores já enfrentam a escassez de produtos da cesta básica devido à impossibilidade de transporte fluvial.

Nesta terça-feira (27), o rio Juruá marcou apenas 1 metro e 20 centímetros em Marechal Thaumaturgo, uma situação crítica, já que o nível registrado está 60 centímetros abaixo da cota de alerta máximo.

Jonas Silva, de 42 anos, trabalha há 27 anos navegando pelos rios da região e compartilhou sua experiência diante dessa seca histórica. “Durante todo esse tempo, nunca presenciei o rio tão seco como está agora. A situação é arriscada, com muitos obstáculos no caminho, e as viagens estão cada vez mais demoradas,” relatou Jonas.

Foto: jurua24horas

A rota até Marechal Thaumaturgo, que já era desafiadora, se tornou ainda mais difícil com a atual situação do rio. Jonas destaca que, no período de cheia, as viagens eram mais rápidas e seguras, mas agora, devido ao baixo nível das águas, o trajeto pode levar até 20 dias, com frequentes encalhes ao longo do caminho.

“Antes, o rio era mais navegável, mas hoje, com essa seca, está impossível. Nunca vi nada assim em toda a minha vida,” afirmou Jonas, ressaltando a gravidade da situação.

Se o nível do rio continuar a baixar, Jonas teme que o transporte fluvial, essencial para a região, seja completamente interrompido. “Se continuar desse jeito, vai parar tudo. Não tem estrada, não tem outro meio de transporte, só o rio. Se ele secar mais, não vai ter como funcionar,” concluiu.

Foto: jurua24horas

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