As inscrições para o curso de extensão “Formação para Docência e Gestão na Educação das Relações Étnico-Raciais e Quilombolas” estão abertas até o dia 4 de dezembro. A iniciativa, promovida pela Universidade Federal do Acre (UFAC) em parceria com a Universidade Aberta do Brasil (UAB), é gratuita e será realizada na modalidade de ensino a distância (EAD).
De acordo com Judmila Santos, agente de governança regional do Plano Nacional de Educação das Relações Étnico-Raciais e Quilombolas (PNEERQ), o curso é voltado para gestores e professores em exercício, mas também poderá incluir profissionais aposentados ou afastados caso as vagas não sejam completamente preenchidas. “Então, vocês têm a oportunidade de ampliar seus conhecimentos sobre as relações étnico-raciais”, afirmou Judmila.
O curso conta com mais de 3 mil vagas disponíveis em nível nacional, sendo uma das primeiras ações implementadas no âmbito da Portaria nº 470/2024, que regulamenta o PNEERQ. No Acre, o foco será na educação étnico-racial, já que a região não possui comunidades quilombolas reconhecidas.
Nazaré Marques, também agente de governança do PNEERQ, destacou a importância da formação como um passo inicial para a construção de práticas educativas que promovam o respeito e a equidade. “Tudo começa com o conhecimento. Depois de adquiri-lo, podemos transformá-lo em ações práticas no contexto educativo. Esse é o objetivo. Assim, fica o convite à população: o edital para a formação continuada está aberto”, explicou.
Nazaré reforçou que o curso busca atender à legislação que institui o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena, regulamentada pelas Leis nº 10.639/2003 e nº 11.645/2008. Além disso, ressaltou que é fundamental desconstruir estereótipos e reconhecer as contribuições culturais e identitárias das populações negras na formação da sociedade brasileira.
“Convidando a população, este é um momento propício para adquirirmos mais conhecimento, melhorarmos a educação e, com certeza, formarmos pessoas mais respeitosas. É essencial que as pessoas deixem de lado a falta de respeito entre as raças e não enxerguem o negro apenas como escravo. Geralmente, quando se pensa em negros, a palavra “escravo” surge automaticamente, mas isso não é correto. É preciso reconhecer suas contribuições culturais, sua formação e identidade, que foram trazidas de outro continente e enriqueceram a formação racial e social no Brasil. É isso que queremos: que as pessoas olhem para os negros com respeito e valorização, reconhecendo sua importância e legado”, ressalta Nazaré.
As inscrições podem ser realizadas no site oficial da UFAC e do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB), com o link divulgado nas redes sociais e em visitas às escolas municipais e estaduais da região.
Gestores e professores interessados devem estar atentos ao prazo e aos documentos exigidos, como a declaração de atuação em sala de aula, para garantir a participação no curso.
Fonte: Juruá Online