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Greve de professores da Ufac continua após proposta do governo ser rejeitada em assembleia

A greve dos professores da Universidade Federal do Acre (Ufac), que já dura quase 2 meses, foi mantida após uma proposta do governo federal ser rejeitada durante assembleia geral da Associação de Docentes da Ufac (Adufac), ocorrida nessa quinta-feira (20).

O Ministério da Educação (MEC) envolveu na negociação a recomposição parcial do orçamento das universidades e institutos federais, implementação de reajuste de benefícios e aumentos salariais de 9% em janeiro de 2025 e de 3,5% em maio de 2026.

Segundo o governo, caso as paralisações em todo o país sejam suspensas, a Portaria 983/2020, que elevou a carga horária mínima semanal dos docentes, será revogada.

“Uma contraproposta foi feita e será encaminhada ao Comando Nacional de Greve. A ausência de assinaturas da Administração Superior nos termos de compromisso que tratam da pauta local também motivaram a continuidade da greve”, afirmou a Adufac em nota.

Ao g1a presidente da AdUfac, professora Letícia Mamed, disse que um documento será elaborado para oficializar a decisão.

“É preciso lembrar que a nossa decisão local se somará à decisão de várias outras universidades. Nesse final de semana, o nosso sindicato nacional fará a reunião de todas as decisões para encaminhar o resultado final”, acrescentou.

Greve já dura quase dois meses

Em abril, os professores da Universidade Federal do Acre (Ufac) decidiram, por 149 votos favoráveis, não aceitar a proposta do governo federal e manter a greve no estado acreano.

A greve começou no dia 26 de abril e reivindica reestruturação de carreira, recomposição salarial e orçamentária e revogação de normas aprovadas nos governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).

O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN) protocolou uma nova proposta para o governo, reivindicando o índice de 22,71% como horizonte de recomposição nos próximos três anos:

Professores analisaram proposta nessa quinta-feira (16) e decidiram manter a greve — Foto: Arquivo/Adufac

O governo federal apresentou uma nova proposta de reajuste salarial aos professores com um aumento que poderá chegar a 31% até 2026, mas só começa a ser pago a partir do ano que vem.

“A proposta de reajuste do governo aprofunda uma carreira docente desestruturada. O realinhamento de ‘steps‘ (aumentos por tempo na carreira) transforma a ausência de uma carreira estruturada em mera questão remuneratória. Com isso, oferece maior percentual nos níveis iniciais, que contemplam a minoria, cuja tendência é deixar mais de 80% da categoria com reajustes substancialmente menores”, destaca o comando de greve no Acre.

A presidente da AdUfac havia dito que a proposta foi apreciada durante a semana e a base considerou que ela não atende o que a categoria busca.

“Já comunicamos ao nosso sindicato nacional que não aceitamos. Nosso sindicato vai aguardar que todas as universidades avaliem a proposta do governo e, até a semana que vem, vai reunir as resposta para compor uma posição global para devolver ao governo”, destacou.

No estado, os servidores técnico-administrativos da Ufac estão em greve desde 11 de março. Os servidores administrativos do Instituto Federal do Acre (Ifac) também aderiram à paralisação no dia 5 de abril.

À época, pelo menos 52 universidades e 79 institutos federais no Brasil entraram em greve, de acordo com um levantamento feito pelo g1.

Além das pautas nacionais, os professores do estado acreano defendem o funcionamento do Restaurante Universitário (RU) e a abertura das bolsas de assistência estudantil.

Greve continua no Acre e Adufac aguarda posicionamento do sindicado nacional — Foto: Arquivo/Adufac

Ainda segundo a Adufac:

São destacados ainda outros seis motivos para a greve:

Acordo

No dia 16 de abril, os servidores técnicos-administrativos da Ufac aceitaram a proposta do governo federal sobre os reajustes de auxílio alimentação, creche e saúde. Contudo, a greve continuou no estado acreano.

O texto que o governo colocou na mesa concedeu o reajuste já a partir de maio deste ano:

A assembleia de greve para discutir as pautas do movimento ocorreu no anfiteatro Garibaldi Brasil, em Rio Branco. O movimento é organizado pelo Sindicato Estadual dos Trabalhadores em Educação de Terceiro Grau do Acre (Sintest/AC).

Já no dia 20 de abril, os servidores participaram de uma reunião com o governo federal para debater sobre a proposta do reajuste salarial e reestruturação da carreira. Contudo, não houve avanço e os servidores decidiram manter a paralisação.

Os técnicos-administrativos reivindicam as seguintes melhorias:

Já os servidores do estado acreano colocaram em pautas algumas necessidades locais, como:

G1

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