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Jovem pesquisadora da Amazônia recebe prêmio que reconhece contribuição de mulheres na ciência brasileira

Doutora em Biologia de Fungos, Josiane Monteiro é uma pesquisadora paraense que se destacou pelo impacto de seu trabalho em Ciências Exatas e Naturais. O reconhecimento foi feito pelo prêmio Capes Elsevier 2024 – Mulheres na Ciência, que condecorou 15 mulheres por suas contribuições na produção científica brasileira. Josiane representou a região Norte na premiação nacional.

“Ser agraciada pelo prêmio CAPES – Elsevier 2024 foi uma grata surpresa, por se tratar de um prêmio que reconhece o impacto da produção científica realizada em diferentes áreas do conhecimento. Saber que fui selecionada para representar a região Norte é um motivo de orgulho. Para mim, esse prêmio é um reconhecimento por todo o esforço e dedicação que tenho empregado ao longo da minha trajetória como pesquisadora”, ressalta a pesquisadora.

Josiane Monteiro é mestra em Ciências Biológicas pela Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) /Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG). O doutorado foi feito na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). De volta à Amazônia, tornou-se docente do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas – Botânica Tropical da UFRA e MPEG. Atualmente, é pós-doutorando no Instituto Tecnológico Vale/Desenvolvimento Sustentável.

Organismos muito relevantes, fungos são ainda pouco estudados, aponta a pesquisadora

Na Biologia, as investigações de Josiane são voltadas à pesquisa de base do reino dos fungos, especialmente à taxonomia de conidiais, um grupo de fungos microscópicos que realiza a decomposição de matéria orgânica em ecossistemas de água doce (como rios e lagos), entre outras funções ecossistêmicas. Apesar da relevância, ainda existe uma lacuna de profissionais dedicados ao estudo dessses organismos, como aponta Josiane.

“Os fungos são um grupo mega diverso, mas tem muito poucos especialistas para trabalhar. É um grupo que ambientalmente é muito importante porque ele tem um papel crucial nos processos que ocorrem nos ambientes terrestres, aquáticos, muitos processos que estão ligados, por exemplo, a fornecer e melhorar a fertilidade do solo, a proteger as plantas, formação do solo”, conta a bióloga.

Um dos critérios considerados pela comissão do prêmio Capes Elsevier 2024 para avaliar a contribuição do trabalho das pesquisadoras é a produção publicada e o número de citações nas principais plataformas científicas online nos últimos 5 anos. Apenas no site Scopus, Josiane Monteiro possui 48 publicações, que já foram citadas mais de 1.300 vezes.

Para a pesquisadora da Amazônia, é preciso desenvolver mais iniciativas focadas em apresentar o mundo da ciência para mulheres, desde a base, a partir das escolas. “Uma outra questão, também, é o cuidado com as mulheres que se tornam mães, que têm essa questão da maternidade. Muitas vezes se tem muitas outras atividades e se torna algo maior porque, além do cuidado com os filhos, tem a pesquisa. Às vezes, a cobrança por produção científica torna isso muito pesado, especialmente por quem é mãe”, afirma.

Meteored

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