O presidente Lula, que governa o Brasil pela terceira vez nos últimos vinte anos, reconheceu na terça-feira (24/10) que ainda não tem um plano para lidar com a insegurança pública em um dos lugares mais letais do planeta. A declaração foi feita um dia depois de milícias incendiarem 35 ônibus, um trem e dominarem bairros da Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Lula disse que pensa em criar o Ministério da Segurança Pública, mas que enfrenta dificuldades para definir as atribuições e a interação com os estados, que são responsáveis pela segurança. Ele lembrou que prometeu criar a pasta durante a campanha eleitoral, mas que ainda não concretizou a ideia.
O presidente afirmou que o crime organizado está tomando conta do país e que o Rio é apenas a vitrine cosmopolita do problema. Ele citou o avanço das narcomilícias, que exploram serviços e contrabandeiam drogas, cigarros e armas, com o apoio de policiais e políticos corruptos.
Lula criticou a falta de uma política tributária para reduzir os custos da energia elétrica, que afeta o desenvolvimento econômico e social das regiões mais pobres. Ele também lamentou a morte de 24 crianças vítimas de balas perdidas na rotina de tiroteios em volta de escolas da região metropolitana do Rio.
O presidente disse que o governo federal investe em programas como o Luz para Todos e o Infovia, que levam energia elétrica e internet de alta velocidade aos municípios do interior, mas que é preciso mais ações integradas entre os poderes para combater o crime organizado. Ele defendeu a criação de um banco de dados nacional sobre o tema e o monitoramento das finanças das máfias.
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