O primeiro caso de monilíase do cacaueiro, no Brasil, foi detectado no município de Cruzeiro do Sul no início de julho, desde então o IDAF e o MAPA vem realizando um trabalho de investigação e fiscalização em toda a região.
Com a varredura realizada em Cruzeiro do Sul, os profissionais conseguiram chegar a outros pontos de contaminação já no município Mâncio Lima, cidade e vizinha. A equipe acredita que o fungo chegou no juruá há cerca de um ano e meio e teria vindo do Peru.
No inicio de agosto, o ministério da agricultura declarou o estado do Acre como “área sob quarentena” proibindo a circulação de pessoas com frutos ou mudas do cacau, cupuaçu, cacauí e cupuí, porém ficou permitido a comercialização da poupa do cupuaçu.
Em Cruzeiro do Sul, a equipe identificou ao menos dois pontos com a presença do fungo. O caso foi tratado e a doença erradicada na cidade.
Em Mâncio Lima a equipe ainda trabalha para controlar a praga. De acordo com Igor Figueiredo, coordenador da defesa vegetal da região do Jurua, dos pontos com registro da doença, a equipe faz uma varredura em um perímetro de 1km. No bairro Guarani, em mancio Lima o fungo foi identificado em várias plantas espalhadas pelo bairro.
Pra tentar erradicar a doença a equipe segue tomado medidas preconizadas pelo ministério da agricultura. “O método que tem é a erradicação das plantas, uma poda que agente está fazendo, a extração dos frutos e o enterro desses frutos”, explicou Igor Figueiredo.
Desde o inicio dos trabalhos, cerca de 500 arvores já foram podadas ou derrubadas na região. A equipe chega na propriedade, explica a situação ao morador que decide autorizar ou não a poda. A doença afeta somente vegetais e não oferece riscos ao ser humano. “Estão dizendo que vai cair cabelo, os dentes. Não tem nada disso a doença só afeta o cacau, cupuaçu, cacauí e cupuí”, esclareceu.
O trabalho realizado pelos agentes é para não deixar que a doença saia da região acreana e chegue a outros estados produtores de cacau e cupuaçu. “A nossa preocupação é para que esse fungo não saia daqui, porque ali, no estado vizinho, Rondônia, tem o projeto RECA que tem muitas famílias que vivem, verdadeiramente da produção do cacau e cupuaçu, e chegando lá seria um prejuízo muito grande, porque essa doença não tem nenhum fungicida que combata ela. O único método que tem é a erradicação das plantas”, Concluiu Figueiredo.
Redação Juruá24horas