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“Na marra”, população de Porto Walter decide reabrir ramal “fechado” pela justiça

Moradores de Porto Walter se reuniram e estão abrindo com roçadeiras, terçado e enxada, o ramal que liga o município à Rodrigues Alves e Cruzeiro do Sul. Têm cerca de 400 litros de combustível, alimentos e disposição para reabrir “na marra” os 90 quilômetros da via,, feitos em 2021 com máquinas, tratadores e dezenas de trabalhadores do governo do Estado e prefeituras.

Em dezembro do ano passado, a pedido do Ministério Público Federal, a Justiça Federal, determinou o fechamento do trecho e proibiu intervenções no local devido à falta de licenciamento ambiental. A via corta parte da Terra Indígena Jaminawa, do Igarapé Preto, e impacta áreas de preservação permanente.

A mobilização da população para a reabertura começou na quarta-feira e nesta sexta-feira, 5, combustível, alimentos e equipamentos foram levados em motos e em canoas para o ramal pelo Rio Juruá e Mirim, para a execução do serviço. Os trabalhos já começaram como mostram os vídeos enviados ao ac24horas. Tudo é tratado em sigilo um grupo de WhatsApp. Algumas mensagens chegam a ser apagadas depois de lidas.

“Vamos iniciar depois da fazenda do Mário correia. Na mata em direção ao Paraná dos Mouras “, cita um dos homens que trabalha na abertura da mata e do ramal.

Manifestação

No último dia 25 de junho, moradores do município de Porto Walter e autoridades fizeram uma manifestação contra o bloqueio do ramal que liga o município à Rodrigues Alves e Cruzeiro do Sul.

Com a seca do Rio Juruá, o que prolonga a viagem de barco entre Cruzeiro do Sul e Porto Walter, a população já sente escassez de vários produtos na cidade e diz que a estrada evitaria a situação. A situação é preocupante e pode faltar combustível e merenda escolar no município.

O ramal

O ramal que liga Porto Walter a Rodrigues Alves tem 90 quilômetros. No sentido Cruzeiro do Sul/Porto Walter, nos primeiros 30 quilômetros a estrada margeia o Rio Juruá e é entrecortada por morros . Os 30 km seguintes passam pela floresta e os últimos 30 km passam por fazendas, pequenas comunidades e, novamente, morros e margem do Juruá.

Por Ac24horas 

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