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Dono do Telegram tem mais de 100 filhos e diz que vai deixar herança para todos

Pavel Durov, fundador e presidente-executivo do Telegram, disse que vai deixar sua herança para seus mais de 100 filhos. A lista inclui seis concebidos naturalmente e vários outros nascidos graças à doação de esperma.

O empresário tem fortuna de US$ 17,1 bilhões (R$ 93 bilhões), segundo a Forbes. Mas ele afirmou que levará pelo menos 30 anos para que o patrimônio seja liberado para seus herdeiros.

“Quero que vivam como pessoas normais, que se construam sozinhos, que aprendam a confiar em si mesmos, que sejam capazes de criar, que não dependem da uma conta bancária”, afirmou Durov em entrevista à revista francesa Le Point.

“Não faço distinção entre meus filhos: há aqueles que foram concebidos naturalmente e aqueles que vêm das minhas doações de esperma. São todos meus filhos e todos terão os mesmos direitos. Não quero que eles se separem depois da minha morte”.

Durov disse que escreveu seu testamento recentemente por entender que seu trabalho no Telegram envolve muitos riscos. “Defender liberdades traz muitos inimigos, inclusive dentro de Estados poderosos”, afirmou.

Ele alegou não ter “casa, iate ou jato particular”, apesar de admitir alugar esses bens às vezes, e disse que as estimativas de que sua fortuna esteja entre US$ 15 bilhões e US$ 20 bilhões (entre R$ 82 bilhões e R$ 110 bilhões) consideram o valor que o Telegram pode ter.

“Como não estou vendendo o Telegram, não importa. Não tenho esse dinheiro em uma conta bancária. Meus ativos líquidos são muitos menores, e eles não vêm do Telegram: vêm do meu investimento em bitcoin em 2013”, afirmou.

Segundo ele, após sua morte, o Telegram será assumido por uma fundação sem fins lucrativos. “Quero que ela continue existindo de forma independente, respeitando a privacidade e a liberdade de expressão”.

Prisão na França

Na entrevista, Durov também comentou sua prisão na França em agosto de 2024. Ele é acusado de ser cúmplice de crimes como abuso sexual infantil e fraude que estariam acontecendo dentro do Telegram.

“Criminosos usarem nosso serviço de mensagens entre muitos outros não significa que aqueles que o administram sejam criminosos”, afirmou. “Nada jamais foi provado mostrando que eu seja, nem por um segundo, culpado de qualquer coisa”.

Ele negou as acusações de autoridades francesas de que o Telegram não contribuiu com as investigações e questionou a proibição de deixar a França durante o processo, afirmando que não pode estar presente para ajudar sua família.

“Fui interrogado implacavelmente nas dependências da alfândega judicial. Durante quatro dias, respondi a todas as perguntas”, disse Durov sobre o período que ficou preso.

“À noite, uma luz forte iluminava o quarto de 7 metros quadrados onde eu dormia em uma cama de concreto. Estava limpo, mas não havia travesseiro. E o colchão não era mais grosso sequer do que um tapete de ioga”.

Fonte: G1

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