Em abril de 2022, Mayk coletou na Esec uma erva parasita, conhecida como ‘Apodanthes caseariae Poit‘ (Apodanthaceae), cuja família foi registrada pela primeira vez no Estado. E na mesma ocasião, o aluno coletou uma espécie arbórea pequena, conhecida como ‘Styloceras brokawii Gentry & Foster‘, uma ‘Buxaceae‘, família registrada pela primeira vez no Brasil.
As atividades de campo realizadas pelo professor Marcos e seus alunos nas aulas de campo da disciplina de Botânica, projetos de iniciação científica e a elaboração de peças de criação e planos de manejo de unidades de conservação resultam em melhorias no conhecimento da flora regional e na descoberta de novidades.
Segundo Marcos, a identificação das espécies pode ser feita de várias formas. Preliminarmente, podem ser usadas ferramentas da internet, como o Google Lens, a rede social iNaturalist e grupos especializados do Facebook, como o DetWeb. Ele destaca que após esses passos preliminares para identificação, obrigatoriamente as determinações devem ser confirmadas por especialistas ou pela literatura especializada para ter validade científica.
“A postagem do registro das espécies no DetWeb, por exemplo, facilitou a identificação da família inédita para o Brasil, por especialistas, mas a identificação da espécie ‘Styloceras brokawii‘ foi realizada com ajuda da literatura de especialistas”, comentou. O professor também afirmou que, em áreas remotas como a Esec, há grande chance de se encontrar novidades. “A descoberta de novas plantas para o Acre, para o Brasil e para a ciência revela que há uma grande quantidade de espécies ainda não descobertas em nosso Estado”.
O primeiro registro da família ‘Buxaceae‘ no Brasil será submetido para publicação na revista científica “Check List” e a espécie será incluída na atualização da lista de espécies de plantas da flora do Acre.
Outras descobertas
Herison, ex-aluno de Ciências Biológicas na Ufac, coletou, em 2018, uma espécie nova da família do guaraná, durante uma aula prática de campo da disciplina Sistemática de Fanerógamas, ocorrida na reserva extrativista Cazumbá-Iracema. Ele nominou a planta trepadeira como ‘Thinouia cazumbaensis‘, em homenagem à unidade de conservação na qual a espécie foi encontrada.