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Oficina de monitoramento da biodiversidade capacita moradores do Complexo de Florestas Estaduais do Rio Gregório, em Cruzeiro do Sul 

Uma oficina realizada entre os dias 14 e 24 de setembro, contou com a participação de moradores das comunidades do Complexo de Florestas Estaduais do Rio Gregório (CFERG), em Cruzeiro do Sul. A oficina tinha como tema o Sistema Rápido e Colaborativo para Estudo da Biodiversidade (Rapeld), com foco no inventário e monitoramento da biodiversidade e dos processos ecossistêmicos locais.

O treinamento tem como objetivo reforçar o conhecimento científico sobre a biodiversidade local e incentivar a conservação dos recursos naturais em regiões estratégicas da Amazônia. E foi promovido pelo Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio), com o apoio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), faz parte do projeto Inventário e Monitoramento da Biodiversidade, Análise Integrada de Ecossistemas e Diálogos Científicos Multiculturais no Acre.

“A oficina foi muito boa, pois pude aprender várias formas de preservar a natureza, as plantas e os animais, tanto na teoria quanto na prática. Acho que o sistema é uma solução, uma esperança para nós que moramos na floresta e dependemos dela para sobreviver. Se não cuidarmos do nosso meio ambiente, o futuro será como já estamos presenciando, com vários problemas”, relata Keila da Cruz Oliveira, moradora da Vila Liberdade, sobre sua participação na capacitação.

Na oficina, os participantes instalaram duas unidades amostrais permanentes e dois piezômetros – instrumentos que medem a pressão estática de água em solo, rochas, fundações e estruturas de concreto – nas florestas estaduais do Rio Liberdade e do Rio Gregório, para monitorar a variação da profundidade do lençol freático. Eles também realizaram a coleta de dados sobre a cobertura florestal, respiração do solo e amostras de solo para análise da presença de metais pesados.

Claudia Lima, gestora do CFERG, destacou a relevância do projeto para aprofundar conhecimentos e integrar as comunidades locais. “A realização desse trabalho no Complexo de Florestas Estaduais do Rio Gregório representa uma iniciativa de grande importância para a preservação ambiental e o fortalecimento da ciência colaborativa. Além de aprofundar o conhecimento sobre a biodiversidade local, o projeto promove uma análise integrada dos ecossistemas da região, envolvendo especialistas, pesquisadores e as comunidades locais, fomentando uma abordagem inclusiva e sustentável para a conservação”, explicou.

O projeto está sendo implementado em três florestas estaduais que compõem o complexo (Liberdade, Mogno e Gregório) e, em cada uma delas, serão instaladas cinco parcelas permanentes com piezômetros, ampliando as áreas monitoradas no estado.

De acordo com o coordenador do Núcleo Regional do PPBio no Acre, Marcos Silveira, a iniciativa reforça o monitoramento da biodiversidade na região. “A instalação dessas unidades permanentes e a capacitação de estudantes e pesquisadores locais representam um grande avanço para o monitoramento da biodiversidade nas florestas estaduais do Acre. Essa integração com as comunidades locais e a utilização de protocolos padronizados fortalecem a conservação e o estudo dos ecossistemas da Amazônia”, afirmou.

O coordenador ressalta que o projeto também proporciona a capacitação dos participantes no uso de protocolos padronizados de amostragem, permitindo que o estado faça parte de uma rede nacional de pesquisa. “Essa rede integra pesquisadores e jovens cientistas de diversas regiões da Amazônia e do Brasil, promovendo o compartilhamento de conhecimentos e a colaboração em estudos ambientais de grande escala”, complementou.

A oficina contou com a participação de docentes e estudantes da Universidade Federal do Acre (Ufac) e do Instituto Federal do Acre (Ifac) de Cruzeiro do Sul, além dos comunitários.

Redação Jurua24horas 

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