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Lula receia “efeito Temer” em mudança na articulação política

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não definiu quem substituirá Alexandre Padilha na articulação política do governo federal.

No fim de semana, o petista conversou com políticos e amigos sobre o comando do Ministério de Relações Institucionais, cargo estratégico que ficará vago com a transferência de Padilha para o Ministério da Saúde.

A dúvida do presidente, segundo assessores do governo, é sobre as consequências de entregar a função para um político do bloco do Centrão.

Lula costuma preencher os cargos da chamada “cozinha do Palácio do Planalto”, que despacham a poucos metros do gabinete presidencial, com quadros petistas de sua confiança.

Com a queda da popularidade de seu governo e o avanço da direita no país, Lula tem sido recomendado a indicar um político de centro para dialogar com o Congresso Nacional.

O petista, no entanto, tem receio. Segundo aliados do presidente, a preocupação é de que se repita o ocorrido com Dilma Rousseff (PT) em seu segundo mandato, quando a petista nomeou seu então vice-presidente, Michel Temer, como articulador político da Presidência da República.

Com mais afinidade com o Congresso, Temer, que era um dos dirigentes do Centrão, ganhou respaldo junto ao Poder Legislativo e se tornou uma alternativa para substituir Dilma.

O cenário levou a um rompimento entre Dilma e Temer, e a aprovação do impeachment da petista na Câmara dos Deputados.

A preocupação é de que um político do Centrão no cargo de articulador político possa repetir Temer e não ser totalmente comprometido com o presidente Lula.

Hoje, os nomes do Centrão considerados favoritos para ocupar a Secretaria de Relações Institucionais são os dos ministros Silvio Costa Filho (Republicanos) e Alexandre Silveira (PSD), que comandam os ministérios de Portos e Aeroportos e de Minas e Energia, respectivamente. O líder do MDB na Câmara, deputado Isnaldo Bulhões (AL), também é cotado para a SRI.

Lula chegou a sondar o líder do governo no Senado Federal, Jaques Wagner (PT-BA), para o cargo. O senador baiano, porém, avaliou que seria preferível que o petista nomeasse um deputado, já que a Câmara dos Deputados é, hoje, seu principal desafio.

O líder do governo na Casa Legislativa, José Guimarães (PT-CE), tem a simpatia da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, mas o presidente é crítico da proximidade que Guimarães construiu com Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara dos Deputados.

Por CNN Brasil 

Foto: Veja

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