Juruá 24 horas

Prefeitura de Cruzeiro do Sul cobra mais de 800 reais para que parentes das vítimas da covid-19 possam construir túmulos

Com autorização para construir os túmulos, familiares das vítimas de covid-19, que se interessaram em construir o jazigo do ente querido, se assustaram com o valor cobrado pelo município. O parente que for construir terá que pagar, além da mão de obra e os insumos para a construção, o valor em média de R$ 830 reais.  A taxa é referente a compra do terreno.

A área, onde foram sepultadas as vítimas da covid-19, foi adquirida pelo município logo após o registro dos primeiros casos da doença. Os sepultamentos eram realizados sem a presença de familiares e muito menos com a possibilidade de escolha do local.

“Isso revolta, porque a gente já sofreu tanto, perdemos os nossos entes queridos para a covid-19, não tivemos a oportunidade de fazer o sepultamento e a gente sabe que muito dinheiro chegou para as prefeituras para arcar com as despesas, dessas pessoas, dessas vítimas. E o que tem acontecido agora?”, disse a professora Mônica Borges.

A professora Mônica Borges perdeu a mãe para a doença. Ela procurou a redação do site jurua24hroas.com para reclamar da situação. Mônica conta que a família que já tinha gaveta e foi impedida de sepultar a mãe no espaço já existente.

“Depois de 2 anos, que a minha mãe faleceu, ligaram dizendo que a gente podia construir o túmulo lá no cemitério, mas na verdade a gente já tinha ido atrás, já tinha tentado construir. A minha mãe já tinha até uma gaveta que ela se esforçou e construiu pensando já nesse dia. E o que aconteceu agora, eles ligaram e falaram pra gente construir, a gente pensava que era só ir lá e construir, mas que nada, a gente tem que pagar a taxa, e nós achamos isso um absurdo porque a gente sabe que veio muito dinheiro para as prefeituras para arcar com esses prejuízos” desabafou.

Com o anúncio da autorização fica permitida a construção dos jazigos mediante o pagamento da taxa referente ao valor do terreno.  A redação do site jurua24horas.com procurou o responsável pelo cemitério, João Auricélio Monteiro. Segundo o servidor público a taxa sempre existiu e é cobrada, pelo setor de terras, para todo e qualquer sepultamento.

“A taxa cobrada é referente a compra do terreno. Como administrador do cemitério, meu papel é organizar a documentação da compra do terreno, aí a pessoa vem aqui comigo na administração. Eu preencho uma folha para ela (solicitante) e aí a pessoa vai no setor de terra”, explicou Monteiro.

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