Juruá 24 horas

Prefeitura de Cruzeiro do Sul Decreta Situação de Emergência devido à Seca

Em resposta à grave crise hídrica que assola a região, o prefeito de Cruzeiro do Sul, Zequinha Lima, decretou nesta quarta-feira, Estado de Emergência Nível I por um período de 180 dias. A decisão foi tomada devido à drástica redução dos níveis de chuva e dos cursos d’água, resultando em severos prejuízos sociais e econômicos, além de um aumento significativo no risco de incêndios florestais.

O Rio Juruá e seus afluentes continuam a baixar, em alguns pontos atingindo cerca de um metro de profundidade, o que compromete a navegação e prolonga as viagens entre os municípios. Embarcações encalham, e a escassez de água potável e alimentos preocupa moradores e autoridades locais. Além de Cruzeiro do Sul, Porto Walter também decretou situação de emergência, reforçando a gravidade da situação.

Com o decreto, Cruzeiro do Sul poderá obter recursos estaduais e federais, convocar voluntários para reforçar as ações de resposta ao desastre e realizar campanhas de arrecadação de recursos junto à comunidade. A medida também permite a dispensa de licitação para contratos de aquisição de bens necessários às atividades de resposta ao desastre, prestação de serviços e obras relacionadas à reabilitação das áreas afetadas.

O governo municipal considerou a previsão de redução da precipitação nos próximos meses, aumento das temperaturas e queda da umidade relativa do ar, o que agravará a situação. A diminuição dos níveis dos cursos hídricos afetará a navegação, transporte de alimentos e pessoas, isolamento de comunidades e aldeias indígenas, além de causar problemas no abastecimento e produção agrícola.

O decreto também destaca o aumento da ocorrência de queimadas e incêndios florestais, elevando a concentração de monóxido de carbono e partículas na atmosfera, o que representa riscos à saúde da população, especialmente aos grupos mais vulneráveis. A medida segue o exemplo do governo do Acre e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, que já declararam estado de emergência devido ao risco de incêndios florestais.

Porto Walter em Situação Crítica

A prefeitura de Porto Walter, por sua vez, declarou nesta terça-feira, 23, Estado de Emergência Nível II. O prefeito Cesar Andrade salientou que a seca severa do Rio Juruá, que está com 1m12c em frente à sede do município, traz grandes transtornos à população. A medida visa a enfrentar a escassez de alimentos e água potável que ameaça as populações ribeirinhas e indígenas residentes nas margens dos afluentes do Juruá.

O decreto de Porto Walter menciona incêndios na área do aeródromo da cidade, que comprometem voos de emergência. A situação exige a mobilização do Sistema Nacional de Defesa Civil e a implementação do Plano Emergencial de Resposta aos Desastres. A dispensa de licitação para aquisição de bens necessários às atividades de resposta também está autorizada, com validade inicial de 90 dias, podendo ser prorrogada por mais 30.

Em junho, o povo indígena Kuntanawa, de Marechal Thaumaturgo, expressou preocupação com o baixo nível do Rio Tejo, um dos afluentes do Juruá. Flávio Haru, líder dos Kuntanawa, relatou dificuldades na navegação e alertou para a severidade da situação: “Do jeito que já está nesta época do ano, vai apartar. Pode-se dizer que o Rio Tejo está morto”. Outros mananciais, como o Bagé e o Breu, também sofrem com o baixo volume de água.

A situação exige ações coordenadas e rápidas para mitigar os impactos da seca e garantir a segurança e bem-estar das populações afetadas.

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