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Produtores são capacitados para combater praga que pode estragar mais de 40 espécies de frutas no Acre

Técnicos e engenheiros agrônomos, produtores e representantes de indústrias trocam experiências e técnicas de como identificar e até capturar possíveis insetos que são responsáveis por uma praga que pode dizimar dezenas de plantações: a mosca da carambola.

O Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf) montou uma caravana para passar em plantações de 14 municípios acreanos para capacitar e levar conhecimento técnicos aos produtores. Ainda não há registros da praga no Acre, porém, além de capacitação, a caravana faz um levantamento mais detalhado em relação a possíveis ocorrências.

A mosca da carambola é uma doença presente em três estados da Região Norte: Roraima, Amapá e Pará. A praga causa queda na produção e acaba impedindo a importação, ocasionando inúmeros prejuízos sociais, ambientais e até econômicos.

A coordenadora do Programa Estadual de Monitoramento da mosca da carambola, GabrielaTangui, o inseto adulto coloca os ovos no interior do fruto, esses ovos se transformam em larvas e consomem todo o produto, além de apodrecê-lo.

“Onde há registro, os produtores ficam impossibilitados de comercializar seus frutos para outros estados. Então, cria-se um ambiente que a gente chama de quarentena, quando os frutos não podem ser comercializados para outros locais e isso causa um grande impacto econômico. Além disso, causa perda na produção e na qualidade dos frutos, que ficam apodrecidos. Há ainda prejuízos sociais porque afeta diretamente na renda, na geração de emprego e também ambientais, porque dentro do seu controle envolve muitos agrotóxicos, o que afeta, de certa forma, o ambiente e as pessoas”, destacou.

Apesar de receber esse nome, a mosca da carambola pode afetar mais de 40 espécies de frutas e frutos, entres eles:

Armadilhas

Durante as ações, os técnicos vão colocar 40 armadilhas em pontos estratégicos, a fim de capturar os insetos. Essas armadilhas serão monitoradas em um intervalo de 14 dias. Caso seja encontrada alguma mosca da carambola, o local é isolado e passa por análises do Idaf.

“A armadilha é do tipo Jackson, formada por uma estrutura triangular de casinha e na base dela tem um adesivo que é composto por uma cola onde o inseto vai ficar capturado. Também na armadilha vai uma isca atrativa que é uma mistura de paraferomônio, que é uma substância criada por pesquisadores e tem a função de atrair os machos da espécie. A isca mita o feromônio produzido pelas fêmeas”, explicou a coordenadora.

Armadilha é formada por uma estrutura triangular de casinha e na base tem um adesivo composto por uma cola onde o inseto é capturado — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre

A especialista afirma que na mistura também tem inseticida. Quando o inseto procura o alimento, acaba encontrando a armadilha que fica sempre instalada nas plantas que possuem os frutos. Ao morrer, a mosca fica na base adesiva e, quando o técnico chega para fazer o monitoramento, consegue fazer a captura e levá-lo para análise em laboratório.

O fiscal agropecuário de Roraima, Guilherme Ferreira, veio ao Acre participar da caravana e contar sua experiência com esse problema. Ele explica que Roraima tem casos da praga desde 2010 e a situação é difícil de controlar. Por conta disso, o estado é proibido de vender os frutos para outras regiões.

“O estado ainda está fechado. Temos postos de fiscalização nas divisas estaduais com o Amazonas e dentro do estado também para evitar a dispersão da praga dentro do estado e para outros estados também”, lamentou.

Servidores e produtores são capacitados para combater praga — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), é quem controla a entrada e saída desses alimentos e decretou estado de emergência fitossanitária nos locais que possuem a praga na fruticultura. Para evitar que o inseto se propague para outras regiões do país, a orientação é evitar transportar frutos hospedeiros dos estados que já estão afetados.

O chefe da Divisão de Defesa Agropecuária do Mapa no Acre, Gustavo Ferreira, disse que o maior vetor e colaborador para a dispersão da praga são as ações humanas.

“Trazer frutos de regiões onde a praga ocorre para regiões onde a praga não ocorre. Esse transporte realizado pelas pessoas, seja como uma lembrança, isso acaba vendo que ela está com uma broca e descartando a fruta. Aí você introduz o inseto onde a praga não ocorre, ele se desenvolve e acaba atacando as frutas existentes”, orientou.

G1

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