Michela Batista Lacerda, de 43 anos, deve cumprir medidas cautelares. Sósia de Bolsonaro no Acre e outras quatro pessoas que resistiram à desocupação em frente ao 4º BIS continuam presas.
O Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu liberdade provisória mediante imposição de medidas cautelares à ex-candidata a deputada federal e apoiadora de Bolsonaro no Acre, Michela Batista Lacerda, de 43 anos, presa desde os atos terroristas ao Planalto, Congresso e Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, no último dia 8.
O ministro do STF, Alexandre de Moraes, começou a analisar os processos dos envolvidos nos ataques terroristas em Brasília no último dia 18. Ao analisar a situação dos manifestantes que resistiram à desocupação do acampamento ilegal montado em frente ao 4° Batalhão de Infantaria de Selva (4º BIS), em Rio Branco, e foram detidos, o ministro decidiu manter cinco presos preventivamente.
São eles:
- Amilcar Melo de Araújo – conhecido no Acre como sósia do ex-presidente Jair Bolsonaro.
- Edson Fernandes Souza da Silva
- Silas Januário Lima
- Alan Fonseca de Oliveira Lima
- Ivanete Vitalli
Liberados mediante o cumprimento de medidas cautelares:
- Leonardo Pessoa de Lima
- Michela Lacerda Faria
- Moema Anute de Lima Carioca Michela Lacerda Faria
A lista com os nomes dos presos consta no site do STF. Ao todo, Moraes analisou 1.459 atas de audiência relativas a mais de 1,4 mil custodiados.
O ministro decidiu manter presas preventivamente 942 pessoas e liberou provisoriamente 464 que vão cumprir medidas cautelares.
MPF pediu investigação
O Ministério Público Federal (MPF-AC) requisitou que a Polícia Federal no Acre a instauração de um inquérito policial para investigar os acreano envolvidos nos atos antidemocráticos no estado e também em Brasília (DF). O órgão pediu que essas pessoas, físicas e jurídicas, sejam identificadas e responsabilizadas.
No Acre, houve bloqueios nas BRs 317 e 364, interior do estado, de manifestantes contrários aos resultados das urnas eletrônicas. Contudo, o estado foi atingido também pelos bloqueios nas rodovias de Rondônia (RO).
Golpistas vandalizam interior do Palácio do Planalto em Brasília — Foto: Adriano Machado / Reuters
Na capital Rio Branco, bolsonaristas montaram um acampamento ilegal em frente ao Comando de Fronteira Acre, o 4° Batalhão de Infantaria de Selva (4º Bis), e pediram intervenção militar. No dia 9 de janeiro, o acampamento foi desmontado por equipes das polícias Militar e Civil (PM-AC) e Forças Armadas em cumprimento a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Um grupo de nove pessoas foi levado em um ônibus da PM-AC para a Delegacia da Polícia Federal da capital acreana. Foram seis homens e três mulheres foram levados para a PF. Porém, oito seguiram detidos.
Sobre o pedido do MPF, a Polícia Federal informou que dará o devido cumprimento legal às requisições. “Porém, insta salientar, que as investigações da Polícia Federal são sigilosas de forma que o repasse de informações pode ser prejudicial aos procedimentos. Sendo assim, considerando o sigilo necessário à elucidação de fatos, não será possível repassar mais informações”, diz o comunicado.