Intensos combates continuam sacudindo Cartum, capital do Sudão, pelo terceiro dia consecutivo nesta segunda-feira, 17. O exército e um grupo de paramilitares se enfrentam, tendo deixado menos 97 civis mortos, incluindo três trabalhadores humanitários da Organização das Nações Unidas (ONU). A contagem é desta segunda-feira, 17, e foi feita pelo comitê do Sindicato dos Médicos do Sudão. No domingo, durante o segundo dia de combates em todo o país, um total de 41 civis foram mortos, além de 56 no sábado, principalmente na capital Cartum, informou o comitê independente em um comunicado. Enquanto os médicos contam os feridos às centenas desde o início dos confrontos, no sábado, 15, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que “vários dos nove hospitais em Cartum, que recebem civis feridos, ficaram sem sangue, equipamentos de transfusão, fluidos intravenosos e outros suprimentos vitais”. O Programa Mundial de Alimentos (PMA), subordinado às Nações Unidas, informou que após as mortes de três de seus funcionários, vai suspender suas operações no país africano.
A disputa de poder entre os dois generais que protagonizaram o golpe de Estado de 2021 – o comandante do Exército, Abdel Fatah al Burhan, e o chefe das Forças de Apoio Rápido (FAR), general Mohamed Hamdan Daglo, conhecido como “Hemedti” – geraram alerta internacional e levaram os vizinhos Chade e Egito a fecharem as fronteiras. Explosões ensurdecedoras e intensas trocas de tiros sacudiram edifícios nos subúrbios norte e sul de Cartum, densamento povoados, relataram testemunhas. Os combates prosseguiram depois do anoitecer deste domingo, enquanto os sudaneses se refugiavam em suas casas, temendo um conflito prolongado que poderia mergulhar o Sudão em um caos mais profundo, frustrando as expectativas de uma transição para uma democracia chefiada por civis.
Por Jovem Pan
Redação Juruá24HORAS