Ministra do Planejamento contradiz declaração dada no início do mês após reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira, que a discussão do projeto no Congresso Nacional demoraria ao menos um semestre
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, participou nesta segunda-feira, 13, de um evento da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham) e, no local, reforçou a necessidade do Brasil avançar e aprovar uma reforma tributária, embora tenha dito não ser possível “dizer em quantos meses” se daria o processo de discussão e sanção da medida. “Vai ser fácil? Não. Ela é difícil? Ela é difícil. Mas talvez pelo Brasil ter chegado pela primeira vez no consenso, quase praticamente, da unanimidade da importância dela como a única bala de prata que nós temos para fazer com que o Brasil diminua o custo da sua produção, acabe com a burocracia, torne o setor produtivo mais competitivo e, com isso, tenha maior produtividade e melhore a economia, gerando emprego, renda e distribuição de renda. Eu diria que a reforma tributária é a nossa vacina econômica”, disse. Anteriormente, no início de fevereiro, Tebet já havia se reunido com o presidente da Câmara, deputado federal Arthur Lira (PP-AL), e ressaltado que a discussão no Legislativo demoraria cerca de seis meses para ser concluída. O posicionamento, tanto após encontro com Lira, quanto em discurso na Amcham, vão de encontro aos entendimentos do ministro Fernando Haddad, da Fazenda, e do vice-presidente Geraldo Alckmin, já que ambos disseram que a proposta poderia ser aprovada no primeiro semestre neste ano.
Tebet aproveitou para ressaltar que, pela primeira vez em três anos, há um consenso entre parlamentares governistas e oposicionistas em torno da PEC 45, formulada por Bernard Appy, que hoje integra a pasta da Fazenda como secretário especial do tema. O texto foi apresentado pelo deputado Baleia Russi (MDB-SP) e cria uma substituição de cinco tributos atuais – PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS – por um único – Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). “Foi uma pauta em que me enganei como senadora, mas não encontrei interlocução com o Ministério da Economia. Teremos a reforma ideal? Não. Mas teremos uma boa reforma. Qualquer reforma sobre consumo será melhor do que a que aí está”, pontuou. Pesquisa da Amcham divulgada nesta segunda mostra que, de 465 executivos entrevistados, 66% destes dizem não estar confiantes ou não acreditarem nas chances da proposta ser aprovada. No entanto, 68% dos participantes também destacaram a reforma como a principal medida para o governo impulsionar a economia. “Não tiro razão da maioria dos empresários, afinal, podemos dizer que temos quase três décadas de promessa não cumprida”, ressaltou Tebet.
Por Jovem pan
Redação Juruá24HORAS