A Polícia Civil do Acre, por meio da Delegacia Geral de Acrelândia, encerrou uma investigação que revelou um esquema de abusos sexuais praticados por servidores de uma escola no município de Acrelândia, no interior do Acre.
O caso ganhou notoriedade quando uma aluna, acompanhada da mãe, procurou a delegacia para relatar que dois servidores da gestão escolar haviam proposto uma relação sexual à jovem. A aluna teria contado os fatos para a mãe, que buscou auxílio policial.
Segundo a Polícia Civil, a denúncia abriu caminho para uma investigação mais ampla, que revelou a existência de diversas vítimas dos mesmos homens. De acordo com o delegado Dione Lucas, a investigação durou mais de 6 meses e trouxe à tona a extensão do abuso.
Além da jovem denunciante, outras alunas também foram vítimas de crimes sexuais cometidos pelos servidores investigados, segundo a polícia. Quatro vítimas foram identificadas como alvos de importunação sexual (art. 215-A do Código Penal), duas foram vítimas de estupro mediante fraude (art. 215 do CP), uma sofreu constrangimento ilegal (art. 146 do CP), e uma foi vítima de estupro (art. 213 do CP).
“A Polícia Civil representou judicialmente pelo afastamento dos servidores por 120 dias, no entanto, informações indicam que o Coordenador Estadual de Ensino em Acrelândia descumpriu a ordem judicial ao reintegrar clandestinamente um dos investigados às suas funções. Tal atitude não apenas comprometeu o curso das investigações, como também destacou um preocupante uso da máquina pública para encobrir e proteger os predadores”, disse o delegado Dione Lucas.
De acordo com informações da polícia, o abuso de poder por parte dos investigados era manifesto, as notas escolares e outros benefícios acadêmicos eram manipulados em troca de favores sexuais, e servidores da escola foram coagidos a manter relações sexuais sob ameaça de retaliação em suas funções.
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