Pela primeira vez desde outubro, o dólar fechou esta segunda-feira, 18, acima de R$ 5,00, impulsionado pela alta das taxas das Treasuries e pela expectativa em relação à decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed). As moedas latino-americanas, especialmente as de países com juros altos, foram as mais afetadas pela valorização do dólar. No início do dia, o dólar chegou a recuar em relação ao real, mas a situação mudou com a troca de sinal dos juros dos Treasuries, que atingiram máximas à tarde.
Com mínima a R$ 4,9844 e máxima a R$ 5,0254, o dólar à vista encerrou em alta de 0,56%, cotado a R$ 5,0259 – o maior valor de fechamento desde outubro do ano passado. No acumulado de março, a moeda norte-americana registra alta de 1,06%, e no ano, os ganhos chegam a 3,56%. A liquidez foi forte para uma abertura de semana, com o dólar futuro para abril movimentando mais de US$ 13 bilhões.
O mercado está cada vez mais pessimista em relação à possibilidade de o Fed iniciar o corte de juros neste semestre, o que tem impulsionado as taxas dos Treasuries e a valorização global do dólar. A expectativa é que o Fed mantenha os juros entre 5,25% e 5,50% nesta semana, mas as projeções dos dirigentes para indicadores econômicos e da taxa básica no fim do ano serão fundamentais. As chances de redução dos juros em junho, que eram superiores a 70% no início do mês, agora estão pouco acima de 50%, de acordo com o CME Group.
O índice DXY, que mede o comportamento do dólar em relação a seis moedas fortes, operou em leve alta ao longo do dia, atingindo a máxima de 103,649 pontos. O iene teve um comportamento instável em relação ao dólar, com expectativas em relação à decisão do Banco Central do Japão sobre as taxas de juros negativas.
Por Jovem Pan