Tucumã: o fruto amazônico que une nutrição, cultura e sustentabilidade

Em território brasileiro, a planta é nativa dos estados do Pará, Amazonas e Amapá, e é dela que nasce o tucumã, também conhecido como tucumã-do-Pará.

A palmeira tucumazeira, muitas vezes considerada uma planta invasora em pastagens, é uma preciosidade natural do leste da Amazônia, encontrada desde a Guiana Francesa até o Brasil. Em território brasileiro, a planta é nativa dos estados do Pará, Amazonas e Amapá, e é dela que nasce o tucumã, também conhecido como tucumã-do-Pará.

Uma fonte rica em nutrientes e betacarotenos

Com sua polpa alaranjada e oleosa, o tucumã se destaca pela elevada concentração de betacarotenos, pigmentos que superam os encontrados em alimentos como cenoura, espinafre e pupunha. Esses compostos atuam como pró-vitamina A, convertendo-se em vitamina A no organismo, essencial para o fortalecimento do sistema imunológico e a manutenção da saúde ocular.

Cem gramas da polpa da fruta fornecem mais vitamina A do que a dose diária recomendada, que é de 700 microgramas para mulheres e 900 microgramas para homens. Além disso, o tucumã é uma rica fonte de vitaminas C e E, fibras, potássio e cálcio, além de conter ácidos graxos que fazem da fruta uma oleaginosa de alto valor calórico.

Potencial cosmético e medicinal

Os óleos extraídos do tucumã e de sua semente possuem propriedades que os tornam ingredientes valiosos para a indústria farmacêutica e cosmética. Utilizados na produção de sabonetes, cremes e hidratantes, os óleos demonstraram eficácia na redução de melasmas e proteção contra o envelhecimento da pele.

Estudos em laboratório revelaram propriedades antifúngicas, antibacterianas e anti-inflamatórias do tucumã, além de efeitos neuroprotetores. Em testes com ratos, o fruto contribuiu para o controle de níveis de insulina e glicose, auxiliou na redução do colesterol e protegeu contra os impactos negativos do diabetes.

Versatilidade culinária e cultural

O tucumã faz parte da tradição de comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas, que aproveitam todas as partes da palmeira. Enquanto o fruto é utilizado em receitas doces e salgadas, como recheio de sanduíches, cremes, sorvetes, geleias e molhos, outras partes da planta são aproveitadas de forma sustentável.

As folhas são transformadas em redes de pesca, sacolas e cordas; o caroço vira joias como colares e pulseiras; e o tronco é utilizado na construção de casas e no artesanato. Além disso, o tucumã é um excelente substituto para corantes artificiais e pode ser usado como alternativa ao azeite de palma em diversas preparações.

Um fruto com impacto sustentável

Com tantas utilidades, o tucumã vai além de seu valor nutricional, representando também uma oportunidade para fomentar a bioeconomia e valorizar as comunidades locais. Sua versatilidade reflete a riqueza da biodiversidade amazônica, unindo nutrição, cultura e sustentabilidade em um único fruto.

JURUA24HORAS com informações Vejasaúde

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