Uma médica e seu marido, que atua como advogado, foram presos nessa quarta-feira (7/5) por envolvimento no assassinato do irmão e do sobrinho da profissional de saúde, em Guidoval, na Zona da Mata de Minas Gerais. Outras três pessoas também foram detidas sob suspeita de participação direta no crime, que ocorreu em dezembro de 2023 e teria sido motivado por uma disputa judicial relacionada a uma herança estimada em R$ 30 milhões.
As vítimas, pai e filho, tinham 55 e 22 anos, respectivamente. Eles foram mortos por homens que chegaram à propriedade rural usando roupas e distintivos falsos de policiais civis, simulando o cumprimento de mandados de prisão.
A investigação apontou que o crime foi encomendado pela médica e pelo advogado, que desejavam garantir o controle total da herança. Os três outros envolvidos, com idades entre 30 e 41 anos, foram identificados como executores. Eles teriam abordado as vítimas em casa, coagido pai e filho a entrarem em um veículo e, no trajeto, iniciado uma luta corporal.
O carro saiu da pista e capotou. Pouco depois do acidente, vizinhos ouviram disparos. Quando chegaram ao local, encontraram os dois já mortos, o pai com um tiro na cabeça, e o filho baleado na cabeça e nas costas.
Antes de fugirem, os assassinos ainda invadiram a propriedade de um vizinho e roubaram os celulares de um idoso e de seu neto, dificultando o pedido imediato de socorro. A caminhonete usada no crime foi abandonada na cidade de Rodeiro, também na Zona da Mata.
A Polícia Civil desencadeou a Operação Éris, nome inspirado na deusa grega da discórdia, para capturar os suspeitos. Helicópteros foram usados no cumprimento dos mandados de prisão e busca. As diligências resultaram na apreensão de grande quantidade de dinheiro em espécie, cheques, armas, munições e documentos considerados estratégicos para a investigação.
As disputas judiciais entre irmãos já duravam anos e eram marcadas por ameaças, rondas suspeitas e registros de tensão crescente entre os familiares.
Por A Gazeta do Acre