O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou nesta quinta-feira (8) um dado preocupante: os alertas de desmatamento na Amazônia aumentaram 55% no mês de abril, em comparação com o mesmo mês do ano passado. A informação veio do sistema Deter, ferramenta usada para identificar em tempo real onde há supressão da floresta.
Apesar do acumulado entre agosto de 2023 e abril de 2024 apontar uma queda de 5% no desmatamento, esse crescimento em abril acendeu o sinal vermelho entre as autoridades. O alerta maior vem de três estados: Amazonas, Mato Grosso e Pará.
Governo reage com nova força-tarefa
Segundo o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, o aumento no último mês pode indicar uma possível reversão da curva de queda no desmatamento. Uma reunião da Comissão Interministerial de Controle e Combate ao Desmatamento foi convocada para avaliar os dados e ajustar medidas nos próximos 15 dias.
“O objetivo é chegar em 31 de julho com o desmatamento em queda em relação ao ano anterior”, destacou Capobianco.
Marina Silva: “Não vamos esperar piorar”
A ministra Marina Silva reforçou que 19 ministérios estão envolvidos no esforço de fiscalização e prevenção. Ela afirmou que o governo quer agir com antecedência, sem esperar a taxa anual para tomar providências. “Nosso compromisso é termos uma queda consistente e duradoura do desmatamento”, disse.
O secretário André Lima, do Ministério do Meio Ambiente, destacou que o aumento em abril pode ser só um pico passageiro, mas também pode indicar uma tendência mais preocupante. “A ferramenta nos permite agir antes que seja tarde”, afirmou.
Situação nos outros biomas
No Cerrado, também houve crescimento nos alertas em abril: alta de 26% em relação ao mesmo mês de 2024. Mesmo assim, o acumulado entre agosto e abril mostra queda de 25%, a primeira redução em cinco anos.
Já no Pantanal, os dados são animadores: os alertas de desmatamento caíram 77% em abril, e nenhum foco de incêndio foi registrado no período.
Novos planos de proteção
Durante a reunião da comissão interministerial, o governo aprovou os planos de prevenção e controle do desmatamento para os biomas Mata Atlântica e Pampa, os dois que ainda não tinham estratégias definidas. Agora, todos os biomas brasileiros contam com planos específicos para proteção ambiental.
Com informações da Agência Brasil
