Com apoio da Secretaria de Educação, escola indígena em Mâncio Lima, realiza jornada gastronômica com foco na mandioca e disputa pelo melhor prato

Além da escolha do prato vencedor, as receitas produzidas pelos alunos comporão um livro, que será enviado ao FNDE como parte da inscrição oficial da escola no certame nacional.

A Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE), por meio do Departamento de Alimentação Escolar, promoveu uma jornada gastronômica na Escola Estadual Indígena de Ensino Fundamental e Médio Īxūbã Rabuī Puyanawa, em Mâncio Lima. A iniciativa faz parte da 7ª Jornada Nacional de Educação Alimentar e Nutricional, coordenada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), e foi pensada para valorizar os saberes tradicionais da comunidade e incentivar o uso da mandioca na merenda escolar.

Durante uma semana, estudantes do 6º ao 9º ano participaram de oficinas práticas e teóricas sobre a mandioca, aprendendo novas formas de preparo do alimento ancestral do povo Puyanawa. As atividades incluíram a produção de pratos inovadores como biscoitos, geleias, pamonhas, sopas e farofas, todos desenvolvidos com ingredientes regionais como castanha e casca de banana.

Alunos da Escola Īxūbã Puyanawa transformam a mandioca em receitas criativas durante jornada gastronômica. Foto: cedida

A ação tem um diferencial importante: ao final da jornada os alunos participaram de uma degustação coletiva. Cada estudante fará um teste de aceitabilidade dos pratos produzidos e, com base nas avaliações, será escolhido o prato vencedor da escola. A receita selecionada representará o Acre na etapa nacional da jornada, em Brasília. “Essa é uma competição saudável, que une educação, cultura e nutrição. Estamos valorizando a mandioca e os ingredientes locais, despertando o interesse das crianças pela alimentação saudável e pela nossa identidade alimentar”, explica a nutricionista Jane Lapide, integrante da equipe da SEE que se deslocou de Rio Branco até a aldeia para conduzir a atividade.

Além da escolha do prato vencedor, as receitas produzidas pelos alunos comporão um livro, que será enviado ao FNDE como parte da inscrição oficial da escola no certame nacional. A unidade concorre com outras escolas de todo o Brasil e, caso seja selecionada, poderá receber o prêmio de R$ 10 mil, além da publicação oficial do livro de receitas.

Saber tradicional e alimentação saudável: estudantes participam de oficinas com ingredientes da floresta. Foto: cedida

A diretora da escola, Devania de Araújo Alves Puyanawa, destacou a importância da ação para a valorização da cultura indígena. “Esse projeto mostra a potência do nosso povo. A macaxeira é fonte de vida e sobrevivência para os Puyanawa, e agora nossos alunos aprendem que ela pode ser usada de muitas formas, inclusive representando nossa escola em nível nacional.”

A estudante Ana Luz Puyanawa, de 12 anos, resumiu o sentimento dos participantes. “Nunca tinha visto pamonha de macaxeira. Achei incrível! Agora quero ensinar tudo o que aprendi para minha mãe. É bonito ver como nosso alimento tradicional pode virar tantos pratos diferentes.”

A jornada promovida pela Secretaria de Educação reafirma o compromisso do governo do Acre com a valorização da cultura indígena e a promoção de práticas alimentares saudáveis nas escolas da rede pública.

Receita vencedora vai representar o Acre em competição nacional de alimentação escolar, em Brasília.

Por Glédisson Albano

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