As investigações sobre o caso da recém-nascida Aurora, que supostamente sofreu lesões graves após um banho na Maternidade de Cruzeiro do Sul, avançam sob responsabilidade da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente. Segundo o delegado Vinícius Almeida, diversas testemunhas já foram ouvidas, incluindo pessoas que estavam no local no momento do banho.
De acordo com os depoimentos, a água utilizada estaria em temperatura elevada. “Testemunhas colocaram a mão na água e sentiram que estava muito quente, algumas relataram até que viram vapor saindo dela”, afirmou o delegado. A mãe de Aurora também teria alertado sobre a temperatura ao colocar a mão na água em que a filha era banhada.
A Polícia Civil também apura a possibilidade de a criança ter uma doença genética rara, a epidermólise bolhosa, que torna a pele extremamente sensível. Um exame já foi solicitado e aguarda resultado. “Apesar dessa possibilidade, seguimos investigando todas as hipóteses. Inclusive, a perícia técnica aferiu que a torneira da maternidade atinge temperatura máxima de 57 graus. Ainda que essa não fosse exatamente a temperatura no momento do banho, é preocupante”, disse.
O delegado ressaltou ainda que a pediatra responsável deu alta para Aurora no mesmo dia, atestando que ela estava em perfeito estado de saúde antes do banho. A técnica de enfermagem que realizou o procedimento foi intimada e deverá ser ouvida ainda esta semana.
A Polícia também investiga se havia controle adequado da temperatura da água. “Segundo relatos, o protocolo adotado era o teste manual, com o dorso da mão ou o cotovelo, já que não havia termômetro no local”, afirmou o delegado. A água, segundo ele, era aquecida por chuveiro elétrico, não por sistema solar (boiler).
Aurora, nascida com 35 semanas de gestação, foi transferida para um centro especializado em queimaduras, em Belo Horizonte (MG), onde segue em tratamento. A investigação seguirá até a elucidação completa do caso.
Jurua24horas