Fraude no INSS: aliados admitem que Lupi pode deixar ministério

O líder do partido na Câmara, Mário Heringer (PDT-RS), já havia admitido essa possibilidade em entrevista à CNN.

Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Em meio à crise decorrente das fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, avalia pedir exoneração do cargo.

A possibilidade é admitida, sob reserva, por aliados de Lupi, que deve se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda nesta sexta (2). O encontro não está na agenda, mas pode ocorrer sem alarde, segundo fontes do Palácio do Planalto.

A avaliação é de que o ministro está isolado diante da crise que revelou um esquema de fraude no INSS. A senha para a saída de Lupi foi dada pela escolha do novo presidente do órgão, o procurador federal Gilberto Waller Júnior, à revelia do ministro e do partido, o PDT.

Na última terça (29), Lupi esteve por cinco horas em uma audiência na Câmara dos Deputados, oportunidade em que se defendeu das acusações de corrupção no INSS.

Lupi fez um balanço das ações do governo federal para combater as fraudes em benefícios previdenciários. De acordo com ele, em dois anos foram iniciadas 268 apurações de novos casos de fraude contra a Previdência.

Antes, à CNN, Lupi afirmou ter pedido ao INSS, ainda em 2023, uma apuração sobre denúncias de corrupção. O diretor encarregado pela apuração, porém, demorou a apresentar o resultado do levantamento e foi exonerado do cargo em julho de 2024.

Eles recordam do escândalo que aconteceu com Carlos Lupi em 2011, diante de denúncias sobre desvios de recursos e cobrança de propina em convênios com ONGs. À época, Lupi ficou quase um mês no ministério, mesmo diante das acusações. Ele se antecipou a uma recomendação à então presidente Dilma Rousseff (PT) e decidiu deixar o cargo.

Agora, aliados relatam cansaço de Lupi diante da crise e afirmam que o ministro não está interessado em permanecer no cargo a qualquer custo, embora tenha feito questão de se defender ainda sob o comando da pasta como estratégia para não deixar de ser ouvido.

No PDT, o combinado é que o partido não ficará na base, se Lupi deixar o governo, ainda que por vontade própria.

O líder do partido na Câmara, Mário Heringer (PDT-RS), já havia admitido essa possibilidade em entrevista à CNN.

“Eu acho, sim, que se demitir o nosso presidente Lupi, nós queremos também sair desse compartimento político, porque esse compartimento político não trata com reciprocidade e fidelidade os seus”, declarou Heringer.

Por CNN Brasil 

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