A aplicação da prova para cargos da Educação, realizada no último domingo, 13 de abril, em todo o estado do Acre, foi marcada por graves falhas organizacionais que colocam em xeque a lisura do processo seletivo e o compromisso com a transparência por parte da banca examinadora. Candidatos denunciam uma série de irregularidades cometidas pela empresa Nosso Rumo, responsável pela execução do certame.
Entre os relatos mais preocupantes está a entrega das provas sem o devido lacre de segurança. Em diversos locais, os envelopes estavam abertos, expondo os cadernos de questões e comprometendo a credibilidade do processo. Ao questionarem a coordenadora sobre o problema, os candidatos foram informados de que poderiam simplesmente assinar a ata e desistir da prova, pois “outra turma já estava em andamento”.
A situação se agrava ainda mais com denúncias de que fiscais e coordenadores orientaram candidatos a redigir o rascunho da redação diretamente na folha oficial, sem qualquer explicação concreta. A orientação equivocada levou à desclassificação em massa de candidatos — muitos dos quais estavam prestando concurso pela primeira vez e confiaram nas instruções repassadas pela própria banca.
Outro episódio relatado envolve o uso indevido de celular durante a prova. Em uma das salas, o aparelho de um candidato tocou por três vezes seguidas, e mesmo diante da denúncia, os fiscais se recusaram a registrar o incidente em ata, alegando não saber quem era o responsável.
Em meio a tantos absurdos, uma candidata registrou boletim de ocorrência após se recusar a fazer a prova por conta do caderno violado. Já em outra sala, candidatos indignados se recusaram a prosseguir com a avaliação e filmaram o ocorrido como forma de protesto.
É importante destacar que essa não é a primeira vez que a banca Nosso Rumo se envolve em situações semelhantes no Acre. Esta é a segunda ocorrência grave de falhas atribuídas à empresa em concursos realizados no estado, o que levanta dúvidas sobre a capacidade da organização em conduzir processos de forma segura, ética e profissional.
Os relatos são contundentes. “Perguntei duas vezes para a fiscal onde deveria fazer o rascunho da redação. Ela disse que era direto na folha oficial. Só depois percebi que estava escrevendo em cima da continuação das questões. Quando fui tentar corrigir, já era tarde demais”, declarou uma candidata, revoltada com a desclassificação.
A reportagem tentou contato com a banca Nosso Rumo, mas até o momento não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.
Por Jurua online