Foto: Juan Diaz
Duas irmãs, de 13 e 27 anos, seguem internadas no Pronto-Socorro de Rio Branco após apresentarem sintomas graves logo depois de consumirem um molho de cachorro-quente feito em casa, no município de Porto Acre. A principal suspeita, segundo o médico que prestou os primeiros atendimentos, é de envenenamento por chumbinho — substância tóxica usada ilegalmente como raticida no Brasil.
Em entrevista exclusiva ao G1, o clínico geral Auérico Pessoa, da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Sobral, relatou que as pacientes chegaram em estado grave, com espuma na boca, consciência rebaixada e carregadas nos braços de populares. Diante dos sintomas, ele optou por aplicar atropina, antídoto usado em casos de envenenamento por organofosforados — categoria que inclui o chumbinho.
“As pacientes apresentavam sinais típicos de intoxicação grave. De início, pensamos em intoxicação alimentar, mas os sintomas apontavam para algo mais sério. Foi quando levantei a suspeita de envenenamento por organofosforado. Após aplicarmos a atropina, elas começaram a responder. Se não fosse veneno, não teria havido essa melhora”, afirmou o médico.
O caso ocorreu no último domingo (9), e está sendo investigado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). De acordo com o relato da mãe das jovens à Polícia Militar, toda a família consumiu o molho na noite anterior, mas apenas as filhas comeram o que restou na manhã seguinte. Elas teriam notado que o alimento estava com “pontinhos pretos” e com um aspecto diferente, mas mesmo assim o ingeriram — logo depois passaram mal.
Segundo o médico, as irmãs são moradoras da Vila do V, em Porto Acre, e procuraram atendimento cerca de duas horas após a refeição suspeita. Inicialmente atendidas na UPA, foram encaminhadas ao Pronto-Socorro devido à gravidade do quadro clínico. Atualmente, ambas estão em observação e com estado de saúde estável.
A Polícia Militar informou ao G1 que foi acionada e esteve na UPA da Sobral, onde conversou com um enfermeiro sobre o caso. A mãe das vítimas também foi ouvida, mas até o momento não há suspeitos identificados.
A Polícia Civil ainda não se manifestou oficialmente sobre as investigações.
Por G1