Uma mulher em situação de rua, que no último mês ganhou repercussão nas redes sociais por protagonizar cenas que geraram comoção e críticas — como tomar banho em poças d’água, sofrer agressões e caminhar nua pelo centro de Cruzeiro do Sul —, foi internada compulsoriamente nesta semana. A decisão foi tomada pela Justiça após o caso viralizar e levantar debates sobre a vulnerabilidade social e o atendimento a pessoas em situação de rua.
A mulher, que é usuária de drogas e já vinha sendo acompanhada pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), foi levada para um hospital, onde permanece internada com acompanhamento. Segundo a secretária de Assistência Social e Cidadania, Milca Santos, a paciente não pode permanecer sozinha, o que justifica a necessidade de supervisão constante.
“Do hospital, ela será encaminhada para uma clínica terapêutica. Enquanto isso, a equipe técnica do CREAS já está em contato com a família para que possamos trabalhar na reintegração familiar. Esse processo será acompanhado também pelo serviço de assistência social do município de origem dela, para fortalecer essa estrutura familiar e evitar que ela volte para as ruas”, explicou a secretária.
A internação compulsória de pessoas em situação de rua só pode ocorrer mediante autorização judicial, como foi o caso. Segundo Milca Santos, não há uma legislação municipal específica sobre o tema, mas a Justiça pode determinar esse tipo de medida em situações excepcionais.
O caso reacende discussões sobre a política de assistência a pessoas em situação de rua e o papel das autoridades na oferta de suporte para recuperação e reinserção social desses indivíduos. Enquanto isso, a expectativa é que o encaminhamento da paciente para uma clínica terapêutica e a reaproximação com sua família possam contribuir para sua reabilitação.
Jurua24horas