O ‘falso pastor evangélico’ Natalino do Nascimento Santiago, de 50 anos, acusado de matar a esposa a golpes de terçado, precisou ser transferido para Rio Branco neste sábado (14) para não ser agredido por moradores do município de Capixaba, interior do Acre. A prisão foi confirmada pela Polícia Civil após quatro dias de buscas.
O delegado Aldízio Neto, responsável pelas investigações, contou ao G1 que a decisão de retirar o suspeito da cidade foi tomada por precaução, diante da revolta popular causada pelo crime. Assim que a prisão foi divulgada, dezenas de pessoas cercaram a delegacia local em tentativa de retaliação.
— A população estava querendo pegar ele lá [na delegacia]. Quando soube da informação de que ele queria se entregar, fui bem discreto onde estava, tirei ele de lá e trouxe para Rio Branco. Quando cheguei aqui, é que divulguei a prisão e, logo em seguida, a população foi para a delegacia, cercaram lá — relatou o delegado.
Suspeito foi preso em área de mata
Natalino foi encontrado pela Polícia Civil em uma área de mata da Reserva Legal Promissão, localizada dentro da Reserva Extrativista Chico Mendes, ainda no município de Capixaba. A prisão aconteceu após um morador entrar em contato diretamente com o delegado, informando que o pastor queria se entregar.
Durante o trajeto até Rio Branco, o delegado conversou com o suspeito, que confessou o crime e disse ter agido por ciúmes, após uma discussão com a esposa, Auriscléia Lima do Nascimento. Segundo ele, o casal havia decidido se separar no dia anterior ao assassinato, e a briga foi motivada pela guarda do enteado de 5 anos, que o pastor dizia considerar como filho.
— Ele disse que perdeu a cabeça, pegou o terçado e matou ela. A criança estava no colo da mãe na hora — afirmou Aldízio ao G1.
A criança foi registrada como filho do pastor e vivia com o casal desde o nascimento. O crime chocou moradores da cidade de pouco mais de 12 mil habitantes e gerou grande comoção nas redes sociais.
O caso segue sob investigação. Natalino deve responder por feminicídio e está sob custódia na capital.
Por Contilnet