População indígena cresce no Acre e se destaca em Marechal Thaumaturgo, Jordão e Cruzeiro do Sul

Crescimento indígena no Acre coloca interior em destaque no novo Censo

Foto: Agência Brasil

O Censo Demográfico 2022, divulgado pelo IBGE, revelou um crescimento expressivo da população indígena no Acre. Em doze anos, o número de indígenas no estado quase dobrou — passou de 17.578 em 2010 para 31.694 em 2022 — um aumento superior a 80%. Com isso, o Acre ocupa a 13ª posição entre os estados brasileiros com maior população indígena.

No cenário nacional, o Amazonas lidera com mais de 490 mil indígenas, seguido por Bahia e Mato Grosso do Sul. O Acre se destaca na Região Norte, superando estados como Amapá e Tocantins.

Marechal Thaumaturgo e Jordão entre os cinco primeiros do estado

Entre os municípios acreanos com maior número de indígenas residentes, Marechal Thaumaturgo e Jordão figuram com destaque. Marechal contabiliza 3.355 indígenas, enquanto Jordão possui 4.115pessoas autodeclaradas indígenas, segundo o IBGE. Ambas as cidades estão entre as cinco com maior presença indígena no estado, ao lado de Santa Rosa do Purus, Feijó e Tarauacá.

Esses números reforçam a forte presença dos povos originários nas regiões isoladas e de difícil acesso do Acre, onde grande parte da população indígena vive em Terras Indígenas — cerca de 61,79% do total estadual.

Cruzeiro do Sul também tem presença significativa

O município de Cruzeiro do Sul também aparece com uma presença indígena relevante. Segundo o levantamento, 1.678 indígenas vivem no segundo maior município do estado, distribuídos entre áreas urbanas e rurais.

O dado reforça a diversidade étnica da região e a importância de políticas públicas voltadas ao reconhecimento dos direitos indígenas, acesso à educação, saúde e valorização cultural.

População jovem e desafios na educação

A pirâmide etária da população indígena do Acre mostra um perfil majoritariamente jovem: a maior parte está na faixa entre 0 e 24 anos. Há ainda um número expressivo de indígenas entre 25 e 49 anos, com queda a partir dos 50, o que reflete os desafios de acesso à saúde e condições de vida adequadas.

Outro dado que chama atenção é a taxa de alfabetização: 76,01% dos indígenas no Acre são alfabetizados, mas quase 24% ainda não têm acesso à leitura e escrita. O índice reforça a necessidade de investimento em educação básica e bilíngue, respeitando as línguas e culturas originárias.

Presença em todos os municípios

O levantamento do IBGE identificou indígenas em todos os 22 municípios acreanos. Além dos já citados, cidades como Rio Branco (1.827), Sena Madureira (1.681) e Porto Walter (868) também apresentam números relevantes.

Em contraponto, municípios como Xapuri (43), Porto Acre (82), Brasileia (282) e Capixaba (7) registraram as menores populações indígenas do estado.

Os dados evidenciam não apenas o crescimento da população indígena, mas também o papel central que municípios como Marechal Thaumaturgo, Jordão e Cruzeiro do Sul desempenham na preservação das culturas e identidades dos povos originários no Acre.

Redação Juruá24horas 

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