Castanha-da-amazônia. Foto: Vítor Alberto de Matos Pereira
A produção de castanha-da-amazônia (também conhecida como castanha-do-brasil ou castanha-do-pará) enfrenta uma significativa redução na safra 2024/2025, impactando diretamente a economia de comunidades extrativistas na região amazônica. Especialistas da Embrapa atribuem essa queda à seca extrema e ao aumento das temperaturas, agravados pelo fenômeno El Niño, que afetaram a floração e a formação dos frutos das castanheiras.
A Amazônia enfrentou um dos períodos de seca mais intensos dos últimos 40 anos, com destaque para o prolongado fenômeno El Niño que ocorreu entre agosto de 2023 e maio de 2024. A combinação de baixa nebulosidade, radiação solar intensa e queimadas prolongadas elevou as temperaturas e reduziu significativamente a umidade do solo. Como consequência, a floração e a formação dos frutos da castanheira foram comprometidas, resultando na quebra da safra atual.
Para enfrentar esses desafios, pesquisadores recomendam medidas de adaptação, incluindo o manejo adequado e a renovação dos castanhais, uma vez que árvores mais jovens são mais resilientes. Além disso, sugerem a criação de um seguro-extrativismo para mitigar impactos econômicos e proteger os produtores.
Apesar do atual declínio, pesquisadores da Embrapa preveem uma possível superprodução na safra 2025/2026, um fenômeno já observado após a crise de 2017. Esse aumento na produção ocorre porque as castanheiras tendem a compensar os períodos de baixa produtividade com maior frutificação nos anos seguintes, aliado aos efeitos climáticos do fenômeno La Niña.
A situação atual destaca a importância de políticas públicas e ações coordenadas para fortalecer a resiliência da cadeia produtiva da castanha-da-amazônia, essencial para a economia e a cultura das comunidades amazônicas.